OFTALMOLOGIA

Doença do olho seco altera forma como córnea se cura após lesão

Pessoas com uma condição conhecida como síndrome do olho seco, ou olho seco, têm maior propensão para sofrer lesões na córnea em relação àquelas com olhos saudáveis. Num estudo realizado em ratinhos, uma equipa de investigadores da Universidade de Washington, em St. Louis, descobriu que proteínas produzidas por células-tronco que regeneram a córnea podem ser novos alvos para tratar e prevenir tais lesões.

Doença do olho seco altera forma como córnea se cura após lesão

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A síndrome do olho seco é uma condição muito frequente em que a lágrima perde a capacidade de adequadamente lubrificar a superfície do olho. Pode acontecer quando não se produz lágrima suficiente, quando a lágrima produzida é de má qualidade ou ambos.

As pessoas com o distúrbio comum usam vários tipos de colírios para substituir as lágrimas naturais ausentes e manter os olhos lubrificados, mas quando os olhos estão secos, a córnea fica mais suscetível a lesões. Existem medicamentos, no entanto, estes apenas funcionam bem em 10% a 15% dos pacientes.

O estudo, publicado online na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, envolveu genes que são fundamentais para a saúde ocular e permitiu identificar alvos potenciais para o tratamento que parecem diferentes nos olhos secos do que em olhos saudáveis.

Dezenas de milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de dor ocular e visão turva como resultado de complicações e lesões associadas à síndrome do olho seco e, ao direcionar essas proteínas, poderá ser possível tratar com maior sucesso ou mesmo prevenir as lesões.

Os investigadores analisaram genes expressos pela córnea em vários modelos de ratinhos – não apenas da síndrome do olho seco, mas também de diabetes e outras condições. Descobriram, então, que em ratinhos com olho seco, a córnea ativava a expressão do gene SPARC. Importa referir que níveis mais altos de proteína SPARC foram associados a uma melhor cicatrização.

Durante a investigação foi realizado o sequenciamento de RNA de célula única para identificar genes importantes para manter a saúde da córnea e os especialistas acreditam que alguns deles, particularmente o SPARC, podem fornecer alvos terapêuticos potenciais para o tratamento da síndrome do olho seco e lesão da córnea.

Essas células-tronco são importantes e resilientes e uma das principais razões pelas quais o transplante de córnea funciona tão bem. Se as proteínas que foram identificadas não funcionarem como terapias para ativar essas células em pessoas com síndrome do olho seco, poderão ser transplantadas células-tronco límbicas desenvolvidas para prevenir lesões na córnea em pacientes com olho seco.

Fonte: Tupam Editores

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