DIABETES

Cientista esclarece dúvidas sobre o novo medicamento para DT1

A FDA aprovou recentemente um novo medicamento que pode retardar o aparecimento do diabetes tipo 1 (DT1). Este é o primeiro tratamento a mudar o curso desta doença desde a descoberta da insulina em 1922.

Cientista esclarece dúvidas sobre o novo medicamento para DT1

DOENÇAS E TRATAMENTOS

A DIABETES, FANTASMA DA SOCIEDADE OCIDENTAL


A diabetes mellitus tipo 1 é uma doença crónica autoimune, isto é, o próprio organismo ataca as células que produzem insulina no pâncreas, deixando de produzir esta hormona. Embora se possa manifestar em pessoas de qualquer idade, é nas crianças e jovens que o desenvolvimento da condição é mais frequente, sendo uma das doenças crónicas mais prevalentes em idade escolar. A DT1 requer terapia constante com insulina e controle da dieta.

Produzido pela farmacêutica Provention Bio, o medicamento, denominado teplizumabe, adia o início médio da DT1 em pelo menos dois anos. A medicação é administrada através de uma infusão diária durante duas semanas.
Kevan Herold, principal investigador do novo medicamento, esclareceu algumas dúvidas sobre o teplizumabe, nomeadamente a sua forma de atuação.

O teplizumabe é um anticorpo monoclonal que modifica as células T de uma forma que prolonga a capacidade do pâncreas para criar insulina. A substância é específica de uma molécula denominada CD3, que é o componente “cognato” da célula T. Isso modula as células imunológicas e impede-as de atacar as células do pâncreas que produzem insulina.

Este desenvolvimento torna-se extremamente relevante pois a diabetes é uma doença que está sempre presente. Os doentes não dormem, fazem exercício ou se alimentam sem pensar no seu controle metabólico.

Para estes doentes, principalmente para as crianças, qualquer período de tempo sem a doença é considerado um “presente” e tem um impacto enorme na qualidade de vida. Na infância, esses dois anos extra sem doença são importantes – um aluno do ensino secundário, por exemplo, estará mais preparado para lidar com o fardo de uma doença crónica do que um aluno do ensino preparatório.

Esse atraso também reduz a quantidade de exposição ao longo do tempo que um paciente tem aos altos níveis de açúcar no sangue, que causam uma ampla gama de complicações de saúde. E, à medida que as terapias para a diabetes continuam a evoluir, provavelmente haverá opções mais aprimoradas e convenientes para os pacientes.

Segundo o endocrinologista, para metade dos pacientes o atraso será maior do que este período de tempo. Por exemplo, um estudante do ensino secundário que participou no estudo ficou livre de diabetes durante 11 anos após o tratamento com o teplizumabe.

Para o especialista, esta aprovação é o ponto de partida para prevenir a ocorrência da doença ou mesmo para restaurar as células perdidas. A combinação de tratamentos pode prolongar e melhorar as respostas naqueles em risco de DT1. Além disso, substituir as células produtoras de insulina que foram destruídas – mesmo com células beta derivadas de células-tronco, juntamente com o teplizumabe, pode ser uma combinação eficaz.

Fonte: Tupam Editores

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