PANDEMIA

Dispositivo sem fios ou bateria deteta coronavírus no ambiente

E se pudesse saber se um determinado ambiente está livre do vírus da Covid-19 antes de entrar nele? Ou se um alarme fosse ativado mal a presença do vírus fosse detetada? Uma equipa de investigadores da Universidade de Tohoku, no Japão, desenvolveu um dispositivo que coloca estas hipóteses próximas da realidade.

Dispositivo sem fios ou bateria deteta coronavírus no ambiente

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O dispositivo, que não requer baterias, dispõe de uma placa magnetostritiva composta por ferro, cobalto e níquel, que gera energia quando é submetida à vibração.

Sabe-se que a frequência de ressonância muda quando o peso de um material magnetostritivo muda, mas os investigadores pretendiam descobrir se esse também seria o caso quando um vírus é absorvido e se essa absorção era detetável.

Para responder a estas questões, a equipa teve de criar um sistema de deteção magnetostritivo inverso eficiente que pudesse operar sem baterias e comunicar informações sem fio. Modificaram, então, uma placa Fe-Co/Ni de 0,2 mm de espessura com um circuito retificador/armazenador que recolhia energia de vibração de flexão e permitia a transmissão de informações sem fio.

Esta placa transmite sinais com a potência obtida de uma vibração a partir de 115 Hz ou 116 Hz (número de vibrações por segundo). Uma mudança no peso da placa revestida afetou a frequência de ressonância e alterou os intervalos de transmissão, o que significa que poderia detetar qualquer substância que aderisse à placa revestida.

Posteriormente, os especialistas criaram a camada de biorreconhecimento, optando por focar no coronavírus humano 229E (HCoV-229E) – um dos sete tipos de coronavírus que afeta os humanos.
Para isso imergiram a placa revestida numa solução de proteína CD13 e realizaram experiências de deteção. Quando a placa revestida foi submetida a vibração de flexão, a frequência de ressonância diminuiu após a absorção do HCoV-229, verificando se a energia carregada poderia transmitir a deteção de vírus como um sinal.

Segundo Fumio Narita, coautor do estudo, foi possível confirmar que o material compósito magnetostritivo pode detetar o vírus e transmitir esses dados de deteção usando energia gerada pelo próprio. A natureza autossustentável do dispositivo torna possível vinculá-lo às tecnologias IoT (Internet das Coisas) no futuro, algo que não é possível com os biossensores atuais.

O dispositivo pode ser usado noutros patógenos com modificações na camada de biorreconhecimento. No futuro, os especialistas esperam desenvolver mais esta tecnologia e comprovar se se aplica a outros vírus, como MERS, SARS e Covid-19.
Os resultados do estudo foram publicados na revista Sensors and Actuators A: Physical.

Fonte: Tupam Editores

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