HIPERACTIVIDADE

A agressão relacional é a mais comum forma de bullying

Em vésperas do início de mais um ano escolar, torna-se oportuno falar de bullying, um tipo de agressão que pode ocorrer sob várias formas, nem sempre evidentes, mas que é lamentavelmente bastante comum entre as crianças e jovens da comunidade escolar e que urge prevenir.

A agressão relacional é a mais comum forma de bullying

CRIANÇAS E ADOLESCENTES

CRIANÇA HIPERACTIVA, SEMPRE LIGADA A UM MOTOR


O bullying é geralmente retratado nos meios de comunicação social como agressão física, que pode ir desde empurrar e pontapear, ou agressão verbal manifestada através de insultos depreciativos. Tipicamente pode ser classificado como um conjunto de comportamentos de carácter agressivo, adotados entre pares, de modo intencional e repetido, podendo afetar e causar dano a nível físico, verbal, social, relacional, psicológico ou sexual, às crianças e jovens, envolvidos numa relação de desequilíbrio de poder entre o agressor e a vítima.

As vítimas de bullying podem sentir maior tristeza, diminuição de autoestima, desmotivação e baixa de rendimento escolar, perturbações alimentares e do sono, bem como maior propensão para comportamentos depressivos.

Com a propagação incontornável das redes sociais, surgiu o ciberbullying, uma nova forma de humilhar, excluir ou até agredir alguém de forma repetitiva e sistemática, através de ações virtuais, usando várias formas de comunicação, com recurso à internet, que possibilitam esse tipo de agressão, podendo utilizar uma enorme variedade de ferramentas com essa finalidade, como por exemplo conteúdos fotográficos, de vídeo, áudio ou de texto, com consequências nas vítimas idênticas às provocadas pelo bullying.

Foi com alguma surpresa que psicólogos e estudiosos da área descobriram que a forma mais comum de bullying é a chamada agressão relacional, que envolve a exclusão social da pessoa das atividades de grupo, além da disseminação de rumores nocivos, em lugar da agressão verbal direta.

Um estudo recente levado a cabo por Chad A. Rose professor associado da Universidade do Missouri (EUA), lança nova luz sobre a exclusão social que os jovens enfrentam com frequência, ao referir que "Estudos anteriores sugerem que, quando uma criança é excluída das atividades sociais por seus colegas na escola, os resultados para essa criança, a curto ou a longo prazo, serão tão prejudiciais como se ela fosse pontapeada, socada ou esbofeteada todos os dias.

A equipe do professor Chad entrevistou mais de 14 mil estudantes, perguntando-lhes se concordavam ou discordavam de declarações que refletiam atitudes pró-bullying, perceção de popularidade e agressão relacional, perguntas que incluíam frases como "Um pouco de provocação não faz mal a ninguém", "Não me importo com o que as crianças dizem, desde que não seja sobre mim", "No meu grupo de amigos, geralmente sou eu quem toma decisões" e "Quando estou zangado com alguém, vingo-me não deixando que ele continue no meu grupo".

"O que nós descobrimos é que crianças que se assumem como socialmente dominantes ou populares endossam para terceiros as atitudes pró-bullying, não se sentindo envolvidas na agressão relacional e, num outro grupo, que não se assumia como socialmente dominante ou popular endossava as atitudes pró-bullying e envolvia-se em agressão relacional. O estudo revelou ainda um terceiro grupo, que relatou baixos níveis de atitudes pró-bullying e baixos níveis de agressão relacional, conhecidos como não-agressores ou espectadores.

A violência psicológica está presente em cada uma das várias formas de bullying, qualquer que seja o seu tipo, já que o objetivo é causar mal-estar, desconforto, medo, vergonha e insegurança à vítima, pelo que temos de estar vigilantes para o evitar ou prevenir, em particular nas nossas escolas e outros locais de convívio dos nossos jovens.

Fonte: Tupam Editores

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