Monkeypox: DGS divulga cuidados a ter em eventos
Existem, até ao momento, 276 pessoas infetadas pelo vírus Monkeypox em Portugal, todos homens que se encontram clinicamente estáveis. A forma de apresentação e disseminação da infeção sugere que a transmissão da doença esteja a acontecer por contacto próximo, incluindo relações sexuais.
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Os casos notificados no atual surto foram na sua maioria detetados em homens que têm sexo com homens, embora a transmissão também tenha sido documentada noutras pessoas.
Segundo a DGS eventos públicos, privados e viagens, facilitaram a transmissão de infeções, no entanto, estes eventos poderão ser oportunidades para sensibilizar os participantes e transmitir informação, e ainda desenvolver medidas de prevenção e higienização para reduzir riscos nesses contextos.
Para a autoridade de saúde os parceiros comunitários são essenciais para garantir uma comunicação eficaz e atempada, adequada ao público a envolver, identificar as principais mensagens de prevenção e promoção da saúde e o alinhamento entre todos os envolvidos, para identificar rumores/desinformação e ajudar a melhorar o conhecimento sobre a infeção, e para facilitar a adesão às medidas de proteção.
A manifestação clínica da Monkeypox é geralmente ligeira, com a maioria das pessoas infetadas a recuperar da doença em poucas semanas. A infeção caracteriza-se pelo aparecimento de lesões na pele ou mucosas, que podem ser localizadas numa determinada região do corpo ou generalizadas, atingindo habitualmente a face e boca, membros superiores e inferiores ou região ano-genital.
O período de incubação é tipicamente de seis a 16 dias, mas pode chegar aos 21 e, quando a crosta das erupções cutâneas cai, a pessoa infetada deixa de ser infecciosa.
Os sintomas incluem febre, dor de cabeça, dores musculares e nas costas, nódulos linfáticos inchados, calafrios, exaustão, evoluindo para erupção cutânea. Perante sintomatologia deve procurar-se aconselhamento e avaliação médica e evitar-se o contacto físico próximo, incluindo relações sexuais.
O contacto físico próximo é a principal forma de transmissão. Uma relação sexual pode envolver risco, logo, as relações sexuais com múltiplos parceiros/as aumentam o risco. A DGS adverte que ainda que a utilização do preservativo seja importante para prevenir a transmissão do VIH e de outras infeções sexualmente transmissíveis (IST), não oferece proteção eficaz para o vírus Monkeypox.
Entre as medidas a adotar “antes, durante e após” os eventos, a DGS recomenda que seja desincentivada a participação em caso da existência de sintomas e que os organizadores considerem o envio de informação prévia aos participantes, através das redes sociais ou no momento da inscrição.
A DGS aconselha também formar os trabalhadores e funcionários sobre os sinais e sintomas mais comuns de infeção e sobre o aconselhamento a dar a casos suspeitos, bem como dispensar os funcionários/voluntários que apresentem sintomas.
Entre as sugestões, a autoridade de saúde quer que os organizadores incentivem os participantes a “guardar os contactos das pessoas com quem mantiverem contacto físico próximo, incluindo relações sexuais, caso seja necessário identificá-los posteriormente”.
A informação da DGS adverte também contra a estigmatização da doença, uma vez que a maioria dos casos até agora foram reportados em homens que têm sexo com homens. O estigma e o medo podem dificultar as respostas ao nível da saúde pública, pois podem fazer com que as pessoas escondam a sua doença e são barreiras de acesso aos cuidados de saúde.
Segundo informações da DGS, o país vai receber 2700 doses das vacinas contra o vírus Monkeypox adquiridas pela Comissão Europeia, estando em elaboração uma norma técnica que definirá a forma como serão utilizadas.