Da autoria do Observatório da Profissão da Ordem dos Nutricionistas, e realizado entre 1 de agosto e 25 de março, o estudo revelou que nos cuidados de saúde hospitalares são necessários pelo menos duas vezes mais nutricionistas e, nos cuidados de saúde primários, pelo menos sete vezes mais nutricionistas, face aos existentes.

Os números são reveladores do problema. Em Portugal, nos cuidados de saúde hospitalares, há um nutricionista por 89 camas, quando o proposto é de 50 camas para cada nutricionista. Já nos cuidados de saúde primários, há um nutricionista para cerca de 100 mil utentes, sendo o rácio defendido pela Ordem dos Nutricionistas de 12 mil utentes por cada profissional.

Segundo Alexandra Bento, bastonária da Ordem, mesmo com a inclusão de mais profissionais no âmbito do concurso iniciado em 2018, estima-se um rácio de cerca de 90 mil utentes por nutricionista, o que continua desajustado, e não garante o acesso dos portugueses aos cuidados de nutrição.

A OMS estima que mais de 13 milhões de mortes em todo o mundo, a cada ano, se devem a causas evitáveis, como é o caso dos maus hábitos alimentares, o que vem reforçar a urgência de ver a nutrição como uma garantia de prevenção de doença e promoção de saúde.

Alexandra Bento explica que hoje, mais do que nunca, é urgente olhar para a nutrição como uma garantia de uma população portuguesa mais saudável, consequência de uma estratégia focada na prevenção e no tratamento da doença, ao reforçar a presença de nutricionistas no SNS.

O estudo foi apresentado no evento “Our Planet, Our Health”, iniciativa promovida pela Ordem dos Nutricionistas, que foi integrada no tema definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para o Dia Mundial da Saúde de 2022.