Estudo revela prevalência de osteoartrose
Um estudo realizado por uma equipa de cientistas da Universidade de Pequim, na China, permitiu identificar os tipos de osteoartrose mais prevalentes e os mais associados a fardos e angústia nos doentes.
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A osteoartrose, ou simplesmente artrose, pode ser definida como uma doença articular resultante da falência de vários processos de reparação face a múltiplas agressões e lesões sofridas pela articulação. Isto é, ocorre quando a cartilagem que reveste a extremidade dos ossos se desgasta ao longo do tempo. Esta é um tecido firme e lubrificado que permite o movimento suave, sem fricção, das articulações.
Na osteoartrose esta superfície torna-se irregular e áspera, aumentando a fricção, podendo evoluir até ao ponto em que os próprios ossos se movem em contacto direto. Clinicamente há dor articular, rigidez e limitação da função. Apesar de poder afetar qualquer articulação do corpo, atinge mais frequentemente as mãos, joelhos, ancas, ombros e a coluna vertebral.
O estudo, publicado na revista científica Arthritis and Rheumatology, teve como base dados globais de 1990 a 2019 de mais de 156 países e territórios sobre a morte prematura e incapacidade causadas por 350 doenças e lesões.
Verificou-se que, globalmente, os casos de osteoartrose aumentaram em 113,25%, de 247,51 milhões em 1990 para 527,81 milhões em 2019. As taxas de incidência padronizada por idade (ASR, na sigla em inglês) de osteoartrose eram de 6173,38 por 100.000 pessoas em 1990 e 6348,25 por 100.000 em 2019, com um aumento médio anual de 0,12%.
Os cientistas constataram que as ASR da osteoartrose aumentaram em casos que afetavam o joelho, a anca, e outras articulações, mas diminuíram para a mão, com variações percentuais anuais estimadas de 0,32, 0,28, 0,18, e -0,36, respetivamente.
Ainda que se tenha descoberto que a prevalência da ostoartrose aumentou com a idade e que foi mais elevada nas mulheres do que nos homens, verificou-se ainda que os países mais desenvolvidos tendiam a ter uma maior prevalência da patologia.
Segundo Jianhao Lin, co-autor da investigação, a osteoartrose do joelho foi a que mais contribuiu para o fardo global, enquanto a osteoartrose da anca teve os maiores aumentos percentuais anuais estimados na maioria das regiões.
Para o investigador a prevenção primária e secundária, incluindo o controlo do peso, a prevenção de lesões no joelho, e a prevenção de atividades pesadas e repetidas são medidas importantes e eficazes para aliviar a carga da osteoartrose.