A campanha “Silêncio”, focada no facto de as mulheres se manifestarem pouco acerca do sofrimento diário e do impacto que a doença causa, tem o apoio da farmacêutica Gedeon Richter. O objetivo é, não só aumentar a literacia sobre os miomas uterinos, mas também desmistificar o problema.

Os miomas uterinos são os tumores pélvicos mais comuns nas mulheres. Entre 30% a 50% das mulheres com miomas têm sintomas que afetam significativamente a sua qualidade vida, provocando frequentemente hemorragias, dor e perturbação na sua vida sexual, levando muitas vezes ao absentismo laboral.

É importante tornar a mulher num “parceiro atento e participante” e isto acontece se esta tiver acesso a informação credível prestada por médicos. Segundo Margarida Martinho, da SPG, conhecendo e estando atentas a certas patologias, as mulheres acabam por recorrer mais cedo às consultas.

Torna-se mais fácil para o médico aconselhar uma mulher quando ela já tem conhecimento do que é a patologia, assim como para discutir as opções terapêuticas para o seu caso. Acaba por se conseguir fazer uma abordagem mais preventiva do que terapêutica, o que em saúde é sempre uma vantagem.

Sobre os miomas, a especialista explica que a sintomatologia depende do tipo de mioma, do tamanho e da localização destes, no entanto, no geral podem causar perdas sanguíneas exageradas no período menstrual, ou perdas fora deste período que se traduzem em hemorragias genitais anormais.
Não sendo causa exclusiva, esta é uma das mais frequentes, mas podem ainda acontecer situações de dor ou questões relacionadas com o facto de os miomas condicionarem a compressão nos órgãos vizinhos do útero (bexiga ou reto).
Em algumas situações os miomas também podem estar relacionados com uma maior dificuldade em engravidar.

Dependendo das características dos miomas, e se não forem motivo de grande preocupação para o médico, devem obedecer a uma vigilância clínica regular que poderá ser antecipada caso a paciente identifique alguma alteração de sintomatologia.
Esta vigilância será feita em consulta, com exame clínico, e também com exames de imagiologia, nomeadamente a ecografia vaginal ou a ecografia pélvica.

Margarida Martinho considera que é cada vez mais um instrumento que não substitui o exame clínico, mas é um complemento muito importante. Assim, qualquer alteração de sintomas deve ser comunicada ao médico, pois pode estar relacionada com mudanças ou no tamanho do mioma ou nas suas características.