AstraZeneca anuncia fármaco promissor contra cancro da mama
Um estudo clínico levado a cabo pela farmacêutica AstraZeneca permitiu concluir que o fármaco Enhertu melhora significativamente o quadro clínico de pacientes que sofrem de cancro da mama metastático com níveis baixos da proteína HER2.
SOCIEDADE E SAÚDE
LUTA CONTRA O CANCRO DA MAMA
O cancro da mama afecta, em todo o mundo, cerca de 150 mil mulheres por ano. Destas, 44 mil acabam por sucumbir à doença. Mas existe cada vez mais esperança e a medicina já ganha batalhas importantes. LER MAIS
O Enhertu pertence à classe de fármacos conjugados de anticorpos (ADC) – anticorpos projetados para se ligarem às células tumorais e libertar substâncias químicas que matam de seguida as células.
O medicamento é comercializado desde 2019, mas até agora o seu tratamento estava voltado para tipos de cancro com níveis altos da proteína HER2, como o gástrico, cancro pulmonar e colorretal.
Estiveram envolvidas no estudo mulheres que haviam tentado três a quatro tratamentos prévios sem sucesso, tendo-se verificado que o medicamento aumenta a sobrevida das pacientes e retarda a evolução do cancro da mama metastático.
Segundo Susan Galbraith, líder de Investigação e Desenvolvimento em Oncologia da farmacêutica, a melhoria destas pacientes foi “clinicamente significativa”, comparativamente à quimioterapia padrão. Trata-se de redefinir a categorização do cancro da mama e aumentar o número de opções para as mulheres.
Só em 2020, mais de dois milhões de casos da doença foram diagnosticados, resultando em 685.000 mortes pelo mundo. Porém, quase 55% dos pacientes com cancro de mama apresentam baixos níveis de proteína HER2, o que os deixa de fora do tratamento.
A atualização do medicamento feito pela AstraZeneca, em parceria com a farmacêutica japonesa Daiichi Sankyo, revelou-se extremamente positiva.
Para Susan Galbraith os resultados da Fase III dos estudos clínicos oferecem potencial para redefinir como a doença é classificada e tratada. Uma terapia dirigida por HER2 nunca antes mostrou um benefício em pacientes com cancro de mama metastático e níveis baixos de HER2.
Segundo a cientista, novas investigações em mulheres nos estágios iniciais da doença, com níveis de HER2 alto e baixo, devem ser desenvolvidas no futuro.