Novo método melhora qualidade dos cuidados intensivos neonatais
Caracterizam-se por nascerem antes do tempo, e pelo seu tamanho e baixo peso, os bebés prematuros parecem-nos – ainda mais –, frágeis e vulneráveis. Os prematuros extremos (com menos de 28 semanas) apresentam um risco significativo de morte ou hemorragia intracraniana grave nos primeiros sete dias de vida.
GRAVIDEZ E MATERNIDADE
BEBÉS PREMATUROS - A pressa de viver!
Mais de um bebé em dez nasce prematuro. O que faz estas crianças querer nascer antes de estarem completamente formados e que cuidados devemos ter para assegurar a sua sobrevivência? LER MAIS
Durante seis anos e meio a equipa da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal Regional da Universidade do Alabama em Birmingham (UAB), nos EUA, planeou e instituiu uma iniciativa abrangente para melhorar a qualidade nos cuidados intensivos neonatais – denominada Programa Golden Week –, para reduzir a morte e hemorragia cerebral grave nos bebés.
O estudo, publicado na revista científica Pediatrics, incluiu 820 prematuros extremos nascidos na UAB com uma idade gestacional média de 25 semanas e três dias, e um peso médio de 1kg. Foram então desenvolvidas diretrizes baseadas em provas para cuidados em bebés extremamente prematuros, tanto nos cuidados intensivos neonatais como durante o parto.
Os resultados revelaram que houve uma redução significativa na taxa de morte ou hemorragia cerebral grave de 27,4% nos meses anteriores à implementação de práticas potencialmente melhores para os 15% nos 27 meses finais do estudo. Já a taxa de hemorragia intracraniana grave só diminuiu de 16,4% para 10%.
Segundo os cientistas as alterações nos cuidados incluíram uma melhor orientação para os níveis de dióxido de carbono e pH do sangue, menor utilização de medicamentos que alteram a força de contração do coração, retardamento do clampeamento do cordão umbilical, uso profilático de um anti-inflamatório não-esteroide e a evitação da administração de bicarbonato de sódio.
Coordenado pelo Dr. Charitharth Vivek Lal, o estudo sugeriu ainda outras alterações como a execução de uma lista de verificação duas vezes por dia com um fluxograma para configurar os ventiladores e balanços de fluidos e eletrólitos.
Os cientistas recomendaram também a implementação de práticas padronizadas na sala de parto, a manutenção de uma posição média da cabeça do bebé, pesagem a cada 12 horas para ajudar a gerir fluidos e eletrólitos e verificação dos níveis de sódio no sangue a cada 12 horas.