HIGIENE

Projeto quer melhorar saúde e higiene menstrual

A Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) arrancou com um projeto que tem como objetivo empoderar meninas e adolescentes sobre o autocuidado na gestão da saúde e higiene menstrual, aumentando a sua qualidade de vida, mas que pretende também melhorar a literacia de raparigas e rapazes sobre o “período”, de modo a reduzir tabus e estigmas.

Projeto quer melhorar saúde e higiene menstrual

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O novo projeto, denominado “Gota Vermelha - Cuidar da saúde menstrual”, está inserido na Rede de Enfermagem de Saúde da Mulher de Países de Língua Portuguesa (RESM-LP), liderada pela ESEnfC e, em Coimbra, conta, para já, com a parceria do Agrupamento de Escolas Coimbra Oeste (AECO).

No âmbito deste projeto-piloto, que decorre até 2023, prevê-se a realização de sessões educacionais para raparigas e rapazes entre os dez e 14 anos, a sensibilização da comunidade educativa (de estabelecimentos da AECO) para as necessidades de saúde e gestão da higiene menstrual das raparigas em contexto escolar e, ainda, a construção de materiais socioeducativos.

“A menstruação é suja ou perigosa”, “Certos alimentos são proibidos para mulheres e meninas menstruadas”, “Menstruação indica prontidão para casamento e sexo”, a “A menstruação limita as habilidades das mulheres” e “A menstruação é um problema apenas das mulheres” são alguns dos mitos e tabus mais comuns ainda associados ao “período”, segundo o Fundo das Nações Unidas para a População.

Segundo os responsáveis pelo projeto, “ignorar as necessidades menstruais das mulheres não só afeta a sua saúde, mas também as suas atividades diárias habituais, afetando negativamente a sua educação, o seu rendimento e o desempenhar de deveres diários”.

“Entre os obstáculos existentes” a nível global, referem as responsáveis da RESM-LP, “destaca-se a incapacidade de meninas gerirem a sua menstruação nas escolas, devido a instalações sanitárias e balneares inadequadas”, ou à “falta de conhecimento ou sensibilização das necessidades das meninas por parte de professores e docentes”, que os pode levar, por vezes, “a recusar” a ida daquelas às instalações sanitárias nos momentos em que mais precisam.

O que tem como consequência (sobretudo em países com baixos rendimentos) o absentismo escolar de muitas meninas durante o período menstrual, nomeadamente nos dias de maior fluxo, quando não mesmo o abandono da Escola.

De acordo com o relatório Making the case for investing in Menstrual Health & Hygiene (2021), estima-se que cerca de 500 milhões de mulheres e meninas em todo o mundo (quase um quarto da população feminina global em idade reprodutiva) enfrentam restrições nas suas necessidades de gestão menstrual, que constituem ainda um tabu em muitas culturas.

A RESM-LP é uma rede de cooperação de enfermeiros e parteiras de oito países – Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste –, que integram organizações políticas, instituições académicas, organizações profissionais e prestadores de cuidados de saúde, a qual visa promover a melhoria da saúde da mulher nesses territórios.

Fonte: Escola Superior de Enfermagem de Coimbra

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