Defeito nas células T antecede perda de controlo do VIH
Um estudo publicado na revista Immunity revela que cientistas do Hospital Geral de Massachusetts, Estados Unidos, descobriram que a perda da função proliferativa nas células T pode afetar o controlo das células infetadas com VIH.
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Os controladores têm sistemas imunitários que podem suprimir o vírus sem qualquer necessidade de medicação e que, embora a maioria dos controladores possa suprimir o vírus indefinidamente, alguns acabam por perder o controlo sobre o vírus e necessitam de medicação para suprimir os mesmos.
Nestes casos, o controlo é perdido após um tipo de célula imunitária, chamada célula T citotóxica, perder a capacidade de proliferar e matar células infetadas pelo VIH.
Durante o estudo, foram comparadas amostras de 17 sujeitos com controlo defeituoso e 17 com controlo duradouro, cujos sistemas imunitários continuaram a suprimir o VIH ao longo de anos de observação.
Os dados apurados mostraram que, numa resposta imunológica bem-sucedida, as células T citotóxicas reconhecem antigénios de VIH, que são encontrados na superfície das células infetadas.
As células T destroem então as células infetadas, destruindo o vírus no seu interior. No entanto, se as mutações no VIH alterarem os antigénios, as células T podem já não ser capazes de os reconhecer.
No decorrer da investigação, o vírus foi sequenciado antes e depois da perda de controlo e foi verificado que apenas uma mutação permitiu que o antigénio escapasse ao reconhecimento das células T.
A perda da função proliferativa das células T foi o preditor mais consistente do défice de controlo. Nestes casos, as células T específicas do VIH perderam gradualmente a sua capacidade de proliferar e tornar-se citolíticas, concluíram os autores do estudo.