Investimento em tecnologia da saúde aumenta de forma exponencial
O investimento global em tecnologias de saúde prevê-se que atinja os dez biliões de dólares até 2022, numa trajetória ascendente nos próximos dez anos, com uma forte aposta na inovação disruptiva para proteção e preparação de uma pandemia.
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NANOMEDICINA
A nanomedicina é hoje considerada um das áreas mais promissoras da medicina contemporânea sendo alvo de grandes esforços científicos na procura de novos tratamentos. LER MAIS
A World Nano Foundation afirma, num comunicado, que “o spin-off desta investigação [em tecnologias da saúde] está também a criar oportunidades para democratizar e descentralizar os cuidados de saúde, através de diagnósticos de deteção precoce e terapias de intervenção precoce, e medicina de precisão, tudo pronto para transformar a saúde global e a longevidade humana”.
“O recente lançamento de um sub-fundo, criado pelo Fundo de Inovação Vetorial (VIF), sediado no Luxemburgo, no valor de 300 milhões de dólares centrado nesta “nova era” da healthtech, e na preparação para o próximo desafio global dos cuidados de saúde, vem mostrar para onde será canalizado o investimento no futuro”, refere.
Segundo a Scottish Health Innovations, a aceleração do investimento fez avançar o setor da saúde dez anos em apenas seis meses, através de novas tecnologias e digitalização baseadas em dados, enquanto as vacinas se desenvolveram a uma velocidade sem precedentes - a investigação e lançamento das vacinas da [url-nolink=/pt/medicamentos/laboratorios/pfizer-biofarmaceutica-sociedade-unipessoal-lda/informacao-geral]Pfizer[/url] e da [url-nolink=/pt/medicamentos/laboratorios/astrazeneca-produtos-farmaceuticos-lda/informacao-geral]AstraZeneca[/url] contra a COVID-19 foram as mais rápidas da história.
“Os testes também melhoraram; os testes de fluxo lateral (LFT) do maior fabricante do mundo, a Innova Medical, são agora 99,9 por cento precisos, demorando apenas 30 minutos a mostrar resultados e ajudam a identificar novas variantes e a isolar os portadores assintomáticos”, destaca a World Nano Foundation no que toca à utilização de nanotecnologia de ponta no combate à pandemia.
No entanto, admite que é preciso fazer muito mais para evitar a repetição da devastação provocada pela COVID-19 e que se traduz, até à data, em 2,74 milhões de mortes; 5,6 biliões de dólares perdidos no PIB global, fora outros problemas de ordem social. Neste último ano, os problemas de saúde mental, desemprego e pobreza subiram, enquanto muitas pessoas com doenças em risco de vida não foram diagnosticadas.
“E o mundo ainda não está preparado para outra pandemia. A COVID-19 foi transmitida a partir de animais, e os cientistas sabem agora que dois novos vírus zoonóticos o têm feito todos os anos durante o século passado. No entanto, a Royal Society of Chemistry afirma que apenas dez dos 220 vírus conhecidos por infetar humanos têm medicamentos antivirais disponíveis para os combater”, sublinha.
Contra essas probabilidades, o presidente executivo da Scottish Health Innovations, Graham Watson, diz que a inovação em cuidados de saúde, o desenvolvimento rápido e a adoção precoce devem tornar-se rotineiros naquilo a que chama um “ecossistema de investimento ideal”.
A revista médica The Lancet, que relatou que uma avaliação pré-COVID expôs a necessidade de uma produção e distribuição de produtos médicos mais rápidas durante uma possível pandemia, comentou: “um verdadeiro ecossistema de I&D de ponta a ponta deve entregar os produtos necessários às pessoas o mais rapidamente possível, e em massa, de uma forma globalmente justa e equitativa”.