O processo inovador de cultura de tecidos utiliza pulsos elétricos para alinhar os miotúbulos, partes essenciais dos músculos, imitando assim a textura, a granularidade e o volume da verdadeira carne de bovina.

“Usando técnicas desenvolvidas para medicina regenerativa, conseguimos cultivar pedaços de carne de tamanho milimétrico, onde o alinhamento dos miotubos ajuda a imitar a textura e o sabor da carne original. Para isso, os mioblastos retirados de carne bovina comercial foram cultivados em módulos de hidrogel que podiam ser empilhados, permitindo a sua fusão em pedaços maiores”.

“Determinamos o suporte e a estimulação elétrica ideais para promover a contratilidade e o alinhamento anatómico do tecido muscular para melhor simular a carne bovina”, explica a investigadora Mai Furuhashi.

“Há um longo caminho a percorrer antes que a carne cultivada em laboratório seja indistinguível da carne original e os obstáculos relativos à aceitação do consumidor e sensibilidades culturais sejam superados”, disse a investigadora.

“No entanto, esta inovação promete ser uma alternativa verde e ética ao abate de animais para atender à nossa necessidade de carne dietética”, afirmou o investigador Shoji Takeuchi.