NEUROCIÊNCIAS

Implante cerebral poderá devolver visão parcial a invisuais

Um implante cerebral capaz de devolver a visão a pessoas invisuais poderá ser uma realidade num futuro próximo. Descobertas recentes de investigadores do Instituto Holandês de Neurociência (NIN) mostraram que implantes de alta resolução desenvolvidos recentemente e colocados no córtex visual tornam possível reconhecer formas e perceções induzidas artificialmente.

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A ideia de estimular o cérebro por meio de um implante para gerar perceções visuais artificiais não é nova e remonta à década de 1970. No entanto, os sistemas existentes são capazes de gerar apenas um pequeno número de pixels artificiais de cada vez.

No NIN, os cientistas estão agora a usar novas tecnologias de produção e colocação de implantes, engenharia de materiais de ponta, fabrico de microchips e microeletrónica, para desenvolver dispositivos que são mais estáveis e duráveis do que os implantes até então existentes. E os primeiros resultados são muito promissores.
Quando a estimulação elétrica é fornecida ao cérebro por meio de um elétrodo implantado, esta gera a perceção de um ponto de luz num local específico no espaço visual, conhecido como fosfeno.

A equipa desenvolveu implantes de alta resolução constituídos por 1 024 elétrodos e implantados no córtex visual de dois macacos saudáveis.

O objetivo era criar imagens descodificáveis ao fornecer estimulação elétrica simultaneamente por meio de vários elétrodos, para gerar uma perceção composta por vários fosfenos.

De acordo com os cientistas, o número de elétrodos que implantamos no córtex visual, e o número de pixels artificiais que se podem gerar para produzir imagens artificiais de alta resolução, é sem precedentes.

Este estudo estabelece as bases para o desenvolvimento de um dispositivo neuroprotético que pode permitir que pessoas com cegueira profunda recuperem a visão funcional e reconheçam objetos, andem em ambientes desconhecidos e interajam mais facilmente em ambientes sociais, melhorando significativamente a sua independência e qualidade de vida.


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