Acupuntura diminui inflamação em condições potencialmente fatais
A acupuntura é eficaz no tratamento de doenças inflamatórias graves, concluiu um estudo liderado pelo investigador Shenbin Liu, da Escola de Medicina de Harvard, nos Estados Unidos.
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O recurso à acupuntura permitiu controlar a “tempestade de citocinas” que ocorre na inflamação sistémica, uma condição que pode levar à morte, mostrou a investigação.
A acupuntura ativou diferentes vias de sinalização, que desencadearam uma resposta pró-inflamatória ou anti-inflamatória em animais de laboratório com uma inflamação sistémica induzida por bactérias.
Além disso, a equipa descobriu que três fatores determinaram como a acupuntura afetou a resposta: o local de aplicação, a intensidade e o tempo de tratamento.
Onde no corpo a estimulação foi realizada, quão forte esta foi e quando a estimulação foi administrada produziu efeitos dramaticamente diferentes nos marcadores inflamatórios e na sobrevivência das cobaias.
Os testes realizados representam uma etapa crítica para definir os mecanismos neuroanatómicos subjacentes à acupuntura, além de oferecerem uma via para o uso de uma nova abordagem para o tratamento de doenças inflamatórias, consideram os autores do estudo.
Os cientistas alertam, no entanto, que, antes de qualquer uso terapêutico, as observações devem ser confirmadas em pesquisas futuras - em animais e também em humanos - e os parâmetros ideais para a estimulação por acupuntura devem ser cuidadosamente definidos.
“As nossas descobertas representam um passo importante nos esforços contínuos não apenas para compreender a neuroanatomia da acupuntura, mas também para identificar formas de incorporá-la ao arsenal de tratamentos das doenças inflamatórias, incluindo a sépsis”, disse Qiufu Ma, membro da equipa de investigação.