Arritmias cardíacas registadas em doentes graves com COVID-19
Estudos iniciais sugerem que a COVID-19 está associada a uma alta incidência de arritmias cardíacas. A infeção por SARS-CoV-2 pode causar lesões nos miócitos cardíacos e aumentar o risco de arritmia.
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ARRITMIA CARDÍACA
As arritmias são alterações no ritmo ou na frequência cardíaca, podendo esta acelerar-se, ser mais lenta ou tornar-se irregular. LER MAIS
Um novo estudo teve como objetivo avaliar o risco de paragem cardíaca e arritmias, incluindo fibrilhação atrial incidente, bradiarritmias e taquicardia ventricular não sustentada numa grande população urbana hospitalizada por COVID-19. Também foram avaliadas as correlações entre a presença dessas arritmias e mortalidade.
Os investigadores, da Escola de Medicina Perelman da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, fizeram uma revisão da incidência de paragens cardíacas, arritmias e mortalidade hospitalar entre 700 pacientes com COVID-19 (idade média de 50 anos; 45 por cento do sexo masculino) admitidos num centro por mais de nove anos.
Os cientistas descobriram que 11 por cento dos pacientes receberam atendimento na unidade de cuidados intensivos (UCI), e houve nove paragens cardíacas (todas em pacientes na UCI), 25 eventos de fibrilação atrial incidentes, nove bradiarritmias clinicamente significativas e dez taquicardias ventriculares não-sustentadas.
A admissão na UCI foi associada à fibrilação atrial incidente e taquicardias ventriculares não-sustentadas na análise ajustada. Também houve associações independentes observadas entre idade e fibrilação atrial incidente e entre insuficiência cardíaca prevalente e bradiarritmias. A mortalidade intra-hospitalar foi associada apenas à paragem cardíaca.
O estudo foi capaz de concluir que pacientes gravemente doentes com COVID-19 têm maior probabilidade de desenvolver distúrbios do ritmo cardíaco do que outros pacientes hospitalizados.