Uso de aparelhos auditivos diminui risco de demência
Estudos científicos já realizados indicaram a existência de fortes associações entre a perda da audição e condições adversas, como isolamento social, depressão, declínio cognitivo, lesões associadas a quedas, e redução da qualidade de vida.
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Apesar desses achados, o uso de aparelhos para audição como intervenção terapêutica para aqueles com perda da audição permanece baixa. Isso foi atribuído a vários fatores, incluindo falta de perceção, benefício limitado aos pais, desconforto, um sistema complexo de assistência auditiva com múltiplos pontos de contato, estigma e custo.
Cientistas da Escola de Medicina da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, usaram dados longitudinais de cobranças nacionais de 2008 a 2016 (com base em consultas médicas, internamento ou atendimento ambulatório de um grande pagador privado) para examinar a associação entre o uso do aparelho auditivo e o diagnóstico de doença de Alzheimer ou demência, ansiedade ou depressão e quedas prejudiciais entre 114 862 idosos (com mais de 66 anos de idade) com perda auditiva.
Os cientistas descobriram grandes diferenças ao nível do genero e raça/etnia no uso de aparelhos auditivos. Menos mulheres usaram aparelhos auditivos versus homens (11,3 por cento versus 13,3 por cento), e mais brancos usaram aparelhos auditivos que negros ou hispânicos (13,6 por cento versus 9,8 por cento e 6,5% por cento, respetivamente).
Dentro de três anos após o diagnóstico da perda auditiva, a taxa de risco ajustada ao risco foi de 0,82 para o diagnóstico de doença de Alzheimer/demência, 0,89 para ansiedade/depressão e 0,87 para quedas prejudiciais para aqueles que usaram aparelhos auditivos versus aqueles que não usavam.
O estudo concluiu que o uso de aparelhos auditivos está associado a riscos menores de ser diagnosticado com doença de Alzheimer, demência, depressão, ansiedade e quedas prejudiciais entre idosos diagnosticados com perda auditiva.
A pesquisa foi publicada no Journal of the American Geriatrics Society.