Fármacos de proteínas com menos efeitos colaterais em quimioterapia
Uma conquista recente no campo da pesquisa de proteínas promete desenvolver medicamentos com menos efeitos colaterais e melhor ajustados aos benefícios que pretendem.
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A chamada investigação de proteínas é uma das áreas de pesquisa médica que mais tem crescido nos últimos anos porque as proteínas tornam possível desenvolver produtos farmacêuticos mais eficazes.
No entanto, embora as proteínas tenham um grande potencial, elas também apresentam grandes desafios para os cientistas porque as suas estruturas químicas incrivelmente complexas dificultam a sua manipulação.
Como resultado, tem havido um grande esforço na procura por uma ferramenta que permita alterá-las com mais precisão sem aumentar os efeitos colaterais de um medicamento, explicou Knud Jensen, professor na Universidade de Copenhaga, na Dinamarca.
Jensen e a sua colega Sanne Schoffelen desenvolveram agora um novo método modificador de proteínas que promete ser fundamental para o desenvolvimento de medicamentos mais eficazes à base de proteínas, sobretudo contra o cancro.
Denominado por “acilação His-tag” (marcadores de poli-histidina), o método torna possível adicionar as moléculas dos fármacos às proteínas, que podem então atacar células doentes num organismo com cancro sem atacar as células saudáveis.
“As proteínas são como um novelo de lã, um longo filamento de aminoácidos, que estão enrolados. [O nosso novo] método permite alvejar precisamente essas estruturas complexas, em oposição a fazer modificações incertas quando não sabemos o que está a ser atingido. Em suma, isso ajudará a produzir fármacos nos quais podemos estar muito mais confiantes sobre onde as modificações estão a ser realizadas, para que os efeitos colaterais possam ser minimizados no futuro”, explicou Jensen.
O facto de a acilação His-tag poder visar com precisão as complexas estruturas de proteínas também torna possível produzir fármacos com características inteiramente novas.
Por exemplo, passa a ser possível anexar uma molécula fluorescente a proteínas de tal forma que um microscópio possa ser usado para rastrear o caminho da proteína através das células.
A principal função dessas proteínas é transportar as moléculas anti-cancerígenas para as células doentes, por isso é importante seguir cuidadosamente o seu caminho através do organismo, a fim de fabricar medicamentos que não “se percam” por outras partes do corpo, gerando os efeitos colaterais indesejados.