SPMI e congénere espanhola apresentam soluções para melhorar saúde
A Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) e a sua congénere espanhola, a Sociedade Espanhola de Medicina Interna (SEMI), assinaram, nos Açores, uma Declaração conjunta, onde reafirmam a importância da medicina interna para o futuro dos sistemas de saúde. E onde manifestam "o seu empenho na criação de práticas de alto valor que contribuam para a sustentabilidade do sistema de saúde".
SOCIEDADE E SAÚDE
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A sociedade está a mudar, resultado do aumento da esperança de vida, que se traduz no aumento do número de idosos, com mais necessidades na área da saúde. Sucedem-se as ameaças à sustentabilidade dos sistemas de saúde, situação que Portugal partilha com os vizinhos espanhóis.
"Portugal e Espanha pretendem demonstrar como a medicina interna pode garantir um sistema de saúde mais equilibrado", esclarece João Araújo Correia, presidente da SPMI.
Das dez diretrizes apontadas na Declaração dos Açores, uma das de compreensão mais imediata é a importância de, nos internamentos hospitalares, haver sempre um médico com conhecimentos alargados (o internista) que se responsabilize pela articulação dos cuidados médicos para cada doente.
Seja nos serviços médicos ou nos cirúrgicos, onde tradicionalmente apenas se encontram os médicos que operam os pacientes, é fundamental garantir a segurança de todos os doentes até à alta hospitalar.
Sendo Espanha e Portugal dos países em que os cidadãos mais recorrem aos Serviços de Urgência, as Sociedades Ibéricas apontam soluções alternativas, em que a medicina interna poderá encaminhar os doentes para circuitos mais eficazes, mais baratos e menos desgastantes para as pessoas e para o Sistema Nacional de Saúde.
Também para os doentes crónicos, este documento defende mecanismos de articulação entre os cuidados hospitalares e os cuidados primários, com programas de gestão mais eficientes e com menos perdas de informação, além de uma otimização da integração com o Serviço Social, que tem um papel muito importante na resolução integral dos problemas das pessoas.
Algumas destas estratégias já estão a ser implementadas em Espanha, e outras em Portugal, com um impacto positivo no sistema. Com a Declaração dos Açores, a SPMI e a SEMI pretendem alertar para a importância do apoio das principais entidades da área da Saúde à participação crescente da medicina interna neste tipo de estratégias, visando em Portugal a construção de um SNS que dê a melhor resposta às necessidades da população.