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Mercado não deve ser responsável por decisões sobre investigação

O Observatório Global de Investigação e Desenvolvimento da Organização Mundial de Saúde (OMS) considera que não deve ser o mercado a decidir sobre as investigações em saúde.

Mercado não deve ser responsável por decisões sobre investigação

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O organismo revela ter encontrado "falhas e desigualdades impressionantes" no investimento em investigação, quer entre países, quer entre áreas de saúde, alertando que não se pode deixar a decisão sobre esta matéria aos mercados.

"É vital garantir que a tomada de decisões sobre quais as doenças, países e produtos recebem financiamento não dependa na íntegra das forças de mercado", lê-se num relatório deste observatório da Organização Mundial de Saúde (OMS), divulgado este mês.

A OMS refere que as desigualdades no investimento em investigação e desenvolvimento demonstram frequentemente falhas na relação entre o peso e importância das doenças e o nível de atividade de investigação.

Os países mais ricos têm 40 vezes mais investigadores na área de saúde do que os países mais pobres.

O documento alerta também para desigualdades de género, com as mulheres a representarem 51 por cento dos investigadores nos países mais ricos e apenas 27 por cento nos países pobres.

Portugal integra o grupo dos países mais ricos analisados pela OMS, registando 424 investigadores em saúde em 2014 por cada milhão de habitantes, 63 por cento dos quais mulheres, acima da média dos países mais ricos.

O documento aponta ainda que apenas um por cento de todo o financiamento para investigação e desenvolvimento em doenças está destinado a malária e tuberculose, apesar de estas terem um impacto de 12,5 por cento em termos de doenças no mundo.

São os governos os principais financiadores da investigação em doenças negligenciadas, com as suas contribuições a representarem dois terços do investimento, seguindo-se as doações de filantropos.

Em 2016, o investimento mundial na investigação para as doenças negligenciadas (que incluem HIV/Sida, tuberculose, malária, dengue, entre outras) fixou-se num valor próximo dos 2,58 mil milhões de euros, com os Estados Unidos a serem o país que mais contribui para a investigação nesta área, com um financiamento de quase 17 milhões de euros em 2016.

Portugal aparece entre o grupo de países que investiu menos de um milhão de dólares, com um valor total de cerca de 320 mil euros aplicados na investigação destas doenças em 2016.

Dessa verba, 55,77 por cento foi entregue pela Fundação para a Ciência e Tecnologia para um consórcio europeu de ensaios clínicos, e o restante, com origem filantrópica na Fundação Calouste Gulbenkian, foi direcionado para a investigação de uma vacina para a tuberculose.

Fonte: Lusa

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