Novas descobertas sobre como o relógio biológico e a hora do dia influenciam as respostas imunes foram reveladas na revista Nature Communications.

Segundo a publicação, compreender o efeito da interação entre os ciclos noturnos de 24 horas e o sistema imunológico pode ajudar a desenvolver estratégias terapêuticas para aliviar a doença autoimune.

Acredita-se que manter um relógio biológico equilibrado promove a saúde, ao passo que as interrupções do ritmo circadiano (por exemplo, turnos noturnos de trabalho) têm sido associadas a doenças imunes como a esclerose múltipla.

No novo estudo, realizado pelo Colégio Trinity, na Irlanda, os investigadores mostraram que as respostas imunes e a regulação da autoimunidade são afetadas pela hora do dia em que a resposta imune é ativada.

Através de testes realizados com cobaias, os especialistas mostraram que um gene circadiano chave, o BMAL1, é responsável por detetar processos inflamatórios e agir, sob a influência da altura do dia, para suprimir a inflamação.

Os cientistas descobriram que a perda do BMAL1, ou a indução de autoimunidade ao meio-dia em vez da meia-noite, causa uma encefalomielite autoimune experimental mais grave, que é essencialmente um análogo da esclerose múltipla em ratos.

Embora sejam necessárias mais investigações para compreender melhor como modular o ritmo circadiano ou o tempo para a imunidade benéfica, as descobertas servem para lembrar a importância de "manter o equilíbrio do tempo" ao lidar com o sistema imunológico.

O estudo também mostrou de que forma a interrupção dos relógios do corpo, algo bastante comum atualmente, dado o estilo de vida e os padrões irregulares de alimentação e sono, podem ter um impacto nas condições autoimunes.