
FEBRE INFANTIL: O QUE FAZER E O QUE NÃO FAZER
CRIANÇAS E ADOLESCENTES
Tupam Editores
Quando a febre se manifesta nas crianças a tendência dos pais é correr em direção ao termómetro com uma mistura de preocupação e ansiedade. Mas, embora não pareça, a febre não é uma inimiga, nem uma doença. É antes um sinal claro de que o organismo está sob ameaça de algum tipo de infeção. O aumento da temperatura é, então, uma reação natural das defesas do corpo.
Todas as crianças têm febre, e na maioria dos casos estão completamente bem em alguns dias. Na verdade, a forma como reagem à febre acaba por ser mais importante do que o valor que aparece no termómetro e que tanto sobressalta os pais. Para o ajudar a lidar com a situação, aqui ficam algumas informações sobre o que fazer e não fazer quando as crianças estiverem com febre.
Antes de mais, convém referir que a temperatura do corpo é controlada por um centro regulador, que equilibra ganhos e perdas de calor, de acordo com um ritmo diário normal (ritmo circadiano).

As temperaturas são mais baixas de manhã e mais elevadas (de cerca de 1ºC) ao fim da tarde. Assim, a temperatura corporal sofre variações ao longo do dia, oscilando entre os 36,5 – 37,5ºC.
Considera-se febre uma temperatura corporal acima do normal (temperatura retal >38ºC, oral ou timpânica (ouvido) >37,5ºC ou axilar >37,5ºC). Tome nota que para saber se uma criança tem febre não basta pôr a mão na sua testa, há que saber o valor da temperatura.
Se a febre for o único sintoma de doença, não se justifica uma consulta médica imediata, com exceção do lactente com menos de 3 meses. Ainda que seja difícil, os pais devem esperar por outros sinais de doença que permitam o diagnóstico, o que, geralmente, ocorre em 3 dias.
A necessidade de tratar a febre vai depender de como a criança se comporta e da sua aparência. Geralmente, a febre não indica que se está perante uma doença grave se esta brinca, está sorridente e bem disposta, se come e bebe bem, se tem uma cor de pele normal e se fica bem quando a temperatura baixa.

Se a criança tem mais de 3 meses, temperatura retal inferior a 38,9ºC, um comportamento normal e um bom estado geral, não é necessário tratamento. No entanto, se já existe outro problema médico (doença cardíaca, pulmonar, sistema nervoso), antecedentes de convulsão febril ou se a criança está desconfortável, deve receber tratamento.
Acima de tudo, quando a febre surge os pais devem: vigiar e estar atentos ao aparecimento de sinais de gravidade; despir ou diminuir a quantidade de roupa da criança, dando preferência a vestuário leve e fresco; oferecer líquidos, em pequenas quantidades de cada vez, mas várias vezes, e não insistir para comer; deixar a criança repousar tanto quanto quiser e dar-lhe um banho com água tépida (cerca de 2 graus abaixo da temperatura corporal).
Com temperatura axilar superior a 38ºC e desconforto associado, os pais podem administrar um antipirético, utilizando, de preferência, o paracetamol. Apenas se a febre reaparecer com intervalos inferiores a 6 horas, se deve intercalar outro fármaco, como o ibuprofeno.
Tenha em mente que a utilização de antipiréticos em excesso pode ser prejudicial, não só pela toxicidade dos mesmos, mas também porque se pode estar a prolongar a doença e as suas complicações.
Os pais não devem: aquecer a criança vestindo-lhe mais roupa; esfregar álcool na pele para tentar baixar a temperatura, pois há risco de absorção e intoxicação; utilizar antipiréticos mesmo sem febre, para prevenir, em horário fixo (usar em SOS e só se necessário); querer tratar a febre com antibióticos; insistir numa alimentação normal e abundante; atribuir a febre a uma erupção dentária.
Quanto à necessidade de uma avaliação médica, se a criança tem menos de 3 meses os pais devem procurar assistência médica imediata, já nas crianças mais velhas e se não aparecerem outras queixas, pode-se aguardar 3 a 5 dias antes de consultar o pediatra assistente.

Por outro lado, se a criança tiver febre igual ou superior a 40ºC; se tiver sonolência excessiva ou não conseguir adormecer; irritabilidade ou gemido contínuo; convulsões; manchas na pele nas primeiras 24 horas de febre; respiração rápida e cansaço; vómitos repetidos e/ou associados a mal-estar; dor de cabeça e se se recusar a comer por mais de 12 horas, os pais devem procurar assistência médica precoce (antes de completar os 3 dias).
Mantenha a calma. A febre é das manifestações mais frequentes nas crianças.
O mais importante é vigiá-las e consultar o médico pediatra para definir uma estratégia adequada de ação, indicada para a situação específica. Tudo vai correr bem!


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