A pele, conjuntamente com os pelos, cabelo, unhas e as glândulas sudoríparas e sebáceas, é o órgão integrante do sistema tegumentar mais extenso do corpo humano que, com apenas alguns milímetros de espessura, tem por principais funções a proteção dos tecidos subjacentes, regulação da temperatura somática, reserva de nutrientes e ainda para servir de suporte às terminações nervosas sensitivas.
Numa pessoa de média estatura, a pele pesa cerca de 10 quilogramas e tem uma superfície de aproximadamente 20 metros quadrados. Como maior órgão do corpo humano, ela cobre toda a superfície do corpo como um manto, fornecendo proteção das influências ambientais danosas e permitindo regular a temperatura dos excessos de calor e do frio.
Além de proteger o corpo dos agentes agressivos do meio ambiente, a pele propicia também a proteção necessária contra a perda de líquidos, substâncias nocivas, abrasões e microrganismos invasores. A pele é essencialmente composta pela camada superficial ou exterior denominada epiderme e a parte mais profunda chamada derme, que assenta por sua vez na hipoderme ou tecido subcutâneo, a camada adiposa mais interna, que embora não sendo considerada parte da pele abriga também fibras de colagénio e vasos sanguíneos.
Para que se mantenha saudável, sem perder as suas capacidades e funcionalidades, a epiderme precisa de autorrenovar-se, o que é feito através de um complexo processo de renovação celular, em 4 fases, que tem início na camada basal ou germinativa e vai subindo progressivamente do interior para o exterior até atingir o último estágio, designado por extrato córneo (sem núcleo) ou seja a superfície da pele, ocorrendo nesta fase o processo de renovação, uma vez que a célula não pode sobreviver sem núcleo. Sucede que as células da pele são muito instáveis e têm um tempo de vida muito curto, mas reproduzem-se muito rapidamente, criando assim as condições para a renovação cutânea permanente.
Além de suas múltiplas funções, muitas delas essenciais ao nosso bem-estar geral, a pele é um órgão muito sensível às variações de temperatura, funcionando como termorregulador, além de desempenhar um importante papel psicológico como indicador mais visível da saúde, pois a sua melhor ou pior condição afeta a forma como olhamos para nós próprios e como os outros nos vêem.
Como manto protetor, o seu papel mais importante é o facto de ser a primeira linha de defesa do nosso corpo, protegendo-nos e ajudando a manter-nos saudáveis, quer no calor quer no frio, mantendo o equilíbrio de fluídos e retendo e impedindo a perda de hidratação. Além disso, regula a temperatura corporal, isolando o nosso corpo e conservando o calor em condições de frio, e transpira para baixar a temperatura quando o calor externo se acentua. Em termos de sensibilidade, a pele absorve os choques e alerta-nos para o perigo, através da pressão e da dor.
Como proteger a pele
Por tudo isso é necessário manter uma pele saudável, protegendo-a das más influências externas a que é submetida, por forma a garantir que as defesas naturais do organismo não sejam afetadas, o que poderia levar a que nos tornemos mais suscetíveis a lesões e infeções.
Além disso, quer por ação do calor, do frio ou das caraterísticas da pele, ela pode ficar seca, mais sensível e irritada quando a sua barreira de proteção fica comprometida, podendo por sua vez afetar a sua aparência e toque impactando por vezes seriamente a nossa autoestima.
No inverno em particular, é importante manter uma certa rotina nos cuidados da epiderme, através do uso de emolientes ou cremes hidratantes, sob formas semissólidas e viscosidade macia à base de dexpantenol (um agente eutrófico da pele, cuja deficiência pode provocar despigmentação), e combinações à base de água, óleos essenciais e gorduras, destinadas a ajudar ao restauro da oleosidade perdida devido a ressecamento provocado pelo excesso de frio.
O uso destes produtos, aliado a boas práticas alimentares e adequada proteção ambiental, podem ajudar de forma decisiva a manter a barreira protetora da pele e prevenir o seu envelhecimento precoce.
O frio do inverno pode ressecar a pele, provocar cieiro e gretar os lábios e até deixar as cutículas de pele mais finas inflamadas. A fim de manter a pele saudável, é por isso essencial a utilização de alguns produtos de saúde que ajudem na sua regeneração e a protejam.
Os melhores aliados para proteger a pele do frio, nomeadamente nos casos de pele seca e desidratada são os que contenham altos teores de ácido hialurónico, substância que confere um excelente fator de hidratação, além de regularem a barreira natural, complementada com spirulina e vitamina C.
O ácido hialurónico é uma substância natural produzida pelo organismo humano e que tem a capacidade de atrair e reter até mil vezes o seu próprio peso em água. Tornou-se por isso conhecido pelas suas capacidades de hidratação e preservação da qualidade da pele e pode ser encontrado no mercado sob a forma de cremes, emulsões ou injetável; a spirulina é uma cianobactéria, popularmente conhecida por alga azul, com caraterísticas semelhantes às primitivas formas de vida que habitaram o nosso planeta há milhões de anos e que está presente na alimentação humana há mais de dois mil anos, um pouco por todos os continentes. Hoje podemos encontrá-la incorporada em muitos superalimentos, sendo frequentemente utilizada na cozinha portuguesa; a vitamina C é conhecida por ser um poderoso antioxidante, em particular quando combinada com a vitamina E, sendo por isso muito comum a sua inclusão em formulações de produtos para proteção da pele e não só.
Alimentação no inverno
Uma alimentação desequilibrada ou menos saudável, pode refletir-se na aparência da pele, com o aparecimento de manchas, despigmentação ou até descamação, sendo por isso muito importante repor os níveis de nutrientes e vitaminas, alimentando-se de forma saudável, e procurando ingerir todos os nutrientes considerados importantes para o corpo no seu conjunto, e seja rica e variada em vitaminas e sais minerais para que tragam benefícios a longo prazo.
Normalmente no inverno, em termos sensitivos, quanto mais baixa é a temperatura maior é a nossa sensação de fome! Isto ocorre porque o nosso organismo aumenta o consumo calórico para manter a temperatura corporal estável e consequentemente alerta os sentidos para a necessidade de manter a balança equilibrada.
É por este motivo que nos dias mais frios é preciso redobrar os cuidados com a alimentação, provendo o organismo com nutrientes importantes para a manutenção de uma alimentação saudável durante o inverno.
Especialmente durante o inverno, época que facilita o ressecamento e envelhecimento da pele, uma boa alimentação vai ajudar a manter a pele saudável durante a estação, dado existir uma relação direta entre a epiderme e a nutrição celular.
Por isso, as vitaminas e nutrientes mais importantes a incluir na nossa dieta de inverno, para atenuar os efeitos do clima seco caraterístico da época e manter uma pele saudável e atraente passam pela ingestão de alimentos integrais e fibras, como aveia, arroz integral, linhaça e quinoa, verduras e legumes em geral ricas em vitamina E, frutos vermelhos, uma importante fonte de vitaminas e minerais que neutralizam os radicais livres prevenindo o envelhecimento da pele, ingestão frequente de água e sumos naturais, a par da hidratação da pele através cremes e emulsões abundantemente disponíveis no mercado.
É um equívoco pensar-se que só nos meses do verão a pele necessita de hidratação. O calor seco dos ambientes fechados, o vento frio e a baixa humidade do ar, prejudicam igualmente a epiderme, sendo por isso necessário repor os seus níveis de hidratação, designadamente nas zonas do corpo mais sensíveis como, os lábios, mãos e rosto, por meio de produtos dermatológicos específicos a recomendar por um profissional de saúde.
A finalizar, recomenda-se que para além da ingestão regular de líquidos, é importante que ao selecionar um creme hidratante para a pele, se certifique de que ele contém na sua formulação os ingredientes ricos e nutritivos que lhe proporcionem um efeito de longa duração ao longo do dia.
E lembre-se! É no inverno que surgem a maioria das doenças de pele, como as dermatites (seborreica e atópica), psoríase, a ictiose vulgar e as frieiras, além da pele ressequida e gretada. Nada melhor para evitar esses males que manter uma pele saudável, não só no inverno mas antes em todas as estações.
Face ao esperado agravamento das condições climáticas, torna-se necessário estar precavido e saber cuidar da pele, primeira linha de defesa do nosso corpo contra as intempéries.
Mais de metade da população mundial a viver em grandes cidades, torna-se urgente reinventar espaços onde as pessoas possam estar em contacto com a mãe-natureza.
A vacinação continua a ser o melhor meio de proteção contra o vírus, com uma proteção mais eficaz contra doenças mais graves, embora o seu efeito protetor diminua com o passar do tempo.