Se os níveis de CO2 continuarem a aumentar conforme previsto, as populações de 18 países podem perder mais de 5 por cento das suas proteínas alimentares até 2050, devido ao declínio do valor nutricional do arroz, trigo e outras culturas básicas.

O estudo, realizado pela Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, estima que cerca de 150 milhões de pessoas podem ser colocadas em risco de deficiência proteica por causa dos níveis elevados de CO2 na atmosfera.

De acordo com os investigadores, este estudo destaca a necessidade dos países monitorizarem ativamente a suficiência nutricional das suas populações e de controlarem as emissões de CO2 causadas pelo homem.

A investigação, publicada na Environmental Health Perspectives, combinou os dados de experiências em que as culturas foram expostas a altas concentrações de CO2 com informações alimentares globais das Nações Unidas e medidas de desigualdade de renda e demografia.

Os investigadores descobriram que, sob concentrações elevadas de CO2, os teores de proteína do arroz, trigo, cevada e batatas diminuíram 7,6, 7,8, 14,1 e 6,4 por cento, respetivamente.

Os resultados sugeriram desafios contínuos para a África subsaariana, onde milhões já experimentam deficiência de proteínas e desafios crescentes para os países da Ásia do Sul, incluindo a Índia, onde o arroz e o trigo fornecem uma grande quantidade de proteína diária.

Um artigo complementar, que será publicado na GeoHealth, revelou que as reduções relacionadas com CO2 no teor de ferro nas culturas alimentares básicas provavelmente também agravarão o já significativo problema de deficiência de ferro no mundo todo.

As pessoas com maior risco incluem 354 milhões de crianças menores de cinco anos e 1,06 bilhão de mulheres em idade fértil, predominantemente no sul da Ásia e no norte de África.

Estes dois estudos mostraram que as elevadas emissões de CO2 também são suscetíveis de levar cerca de 200 milhões de pessoas a sofrer com deficiência de zinco.