TARÂNTULAS DE ESTIMAÇÃO - Assustadoramente fantásticas!

TARÂNTULAS DE ESTIMAÇÃO - Assustadoramente fantásticas!

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  Tupam Editores

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É um dos aracnídeos mais conhecidos no mundo. Possui grandes dimensões, está coberta de pelos, e a sua aparência é mais do que assustadora. Ao longo dos anos, as tarântulas ganharam fama de espécie temível e perigosa. Mas será que a merecem?

Para os mais curiosos, as origens do seu nome remontam a uma antiga povoação italiana chamada Taranto. Nesta região, acreditava-se que existia uma aranha cuja picada era capaz de produzir um estado de enfermidade grave em que a vítima sofria de dores, febres, suores intensos, delírios e tremores.

As referências existentes divergem muito quanto ao verdadeiro perigo desta picada mas o certo é que a crença se espalhou rapidamente. Tipicamente, a aranha a que se chamava então tarântula, era uma aranha de tamanho médio, coberta de pêlos, de cor castanha ou acizentada com um padrão negro no dorso. Estas aranhas são hoje espécies pertencentes aos géneros Hogna, Allocosa e Lycosa.

Na América, o nome tarântula é aplicado a aranhas totalmente diferentes das Lycosa europeias. Existem poucas referências sobre a origem deste nome na América mas tudo aponta para que os descobridores e colonos espanhóis (que tinham bem presentes esta crença popular), tenham levado o nome e o tenham aplicado a todas as grandes aranhas que encontraram ou julgaram perigosas.

O termo propagou-se e ficou rapidamente associado aos grandes migalomorfos da família Theraphosidae. Terá passado a fronteira do México para os EUA e aí se enraizou na língua inglesa, onde passou a ser sinónimo de todas as aranhas da família Theraphosidae.

Nos últimos anos, devido à grande mediatização e ao crescente número de adeptos da aracnofilia, a criação de aranhas em cativeiro, o termo generalizou-se a todas as espécies de migalomorfos.

Em aracnologia, o termo tarântula é tão ambíguo e inútil que nem é usado. Corretamente, as aranhas dos géneros Hogna, Allocosa e Lycosa (conhecidas como tarântulas-europeias) são denominadas Licosídeos, nome identificativo da família a que pertencem. As restantes, a que se refere o termo em inglês, denominam-se Migalomorfos ou Terafosomorfos (designação da Ordem).

Entre nós, e para nos entendermos melhor, continuaremos a chamá-las de tarantulas.

Tarântulas: os primeiros passos

Seja por curiosidade, encanto, ou receio, estas criaturas de oito patas, quatro pares de olhos e quelíceras venenosas nunca nos deixaram indiferentes.

Estes aracnídeos de porte grande e geralmente peludos estão presentes em todos os continentes, à exceção da Antártida, mas é raro observá-las nas regiões mais frias, a partir dos 40º de distância do equador. Existem entre 800 e 1000 espécies de tarântulas, algumas com dentadas venenosas, outras com pêlos urticantes, mas todas igualmente fascinantes.

O comportamento, a cor e o tamanho dos exemplares varia bastante conforme a espécie e a região onde habitam. A longevidade depende das condições ambientais mas também varia consoante a espécie e o género.

Na natureza, as tarântulas macho têm um período médio de vida relativamente curto após alcançarem a fase adulta, já as fêmeas conseguem viver até aos 30 anos. O peso oscila entre as 28 e 85 gramas, e da ponta da perna dianteira até o final da traseira, a tarântula pode ter de 11 até 28 centímetros de comprimento.

Até atingirem o estado adulto, o crescimento dá-se por meio de sucessivas mudas – um processo algo semelhante a uma metamorfose, denominada ecdise. O seu corpo é recoberto de uma cutícula mais ou menos espessa e rígida (exoesqueleto), exceto no abdómen e nas membranas articulares das patas.

A cada etapa de crescimento, a aranha perde a sua carapaça e produz outra. O interessante deste processo é o facto de permitir regenerar membros perdidos ou danificados.

As tarântulas são um animal de estimação recente. Por não exigirem muito espaço ou muita manutenção, são animais de necessidades acessíveis e, por isso, têm cada vez mais adeptos.

Sabia que apesar da sua aparência assustadora e de uma mordida dolorosa, são bastante inofensivas para os humanos? Pois é verdade, o seu veneno é menos tóxico que o de uma abelha.

Em comparação com outros animais de estimação, as tarântulas não são perigosas. Não há notícia de alguém ter morrido em consequência de uma tarântula de estimação – o que não quer dizer que um exemplar de grande tamanho não lhe possa causar uma pungente ferida se o morder.

A mordida da tarântula é comparável à picada de uma abelha, podendo até ser menos dolorosa, consoante a espécie, sendo perigosa apenas por poder originar uma infeção secundária por bactérias. Por esta razão qualquer mordida deve ser lavada e tratada rapidamente com um antisético.

Para que uma aranha chegue a morder geralmente necessita de uma boa razão, como ser incorretamente manipulada, ou agarrada com muita frequência.

Algumas tarântulas não se importam de ser manipuladas mas outras consideram o facto como uma desagradável invasão da sua privacidade. Tal como nas raças de cães, umas são mais tranquilas que outras, inclusive dentro da mesma espécie.

Quando se pretender mover uma tarântula de um lugar para outro há que dar atenção a dois aspetos. O primeiro é que o seu abdómen é extremamente delicado, logo vulnerável; o segundo é que convém diminuir ao máximo o risco de ser mordido. Assim, a forma mais segura de a mover é tentar que esta se introduza numa pequena caixa de plástico.

Tenha presente que não se trata de mamíferos, aves ou répteis, que se podem relacionar com o seu proprietário em maior ou menor grau. Neste caso, uma tarântula normalmente tranquila pode inquietar-se por algo e mordê-lo ou lançar-lhe os pelos do seu abdómem.

E, ainda que não sejam excessivamente perigosos, se penetrarem os olhos podem causar bastante incómodo durante algumas horas, ou mesmo dias.

Se pretender acariciar uma tarântula convém faze-lo a favor do pêlo, de forma a reduzir o risco de ser “espetado” por ele. Mas fica desde já a saber que, do ponto de vista emocional, você não significa absolutamente nada para a sua aranha.

O seu dedo para ela é apenas mais uma ameaça ou um possível alimento. A única razão para que esta normalmente não o morda é o facto de poder detetar pelo seu suor (que consiste em compostos químicos que consegue analizar) que você não é um alimento interessante, de modo que não há motivos para o morder.

Se está a pensar adquirir um casal de tarântulas, esqueça a ideia. Estes aracnídeos não são sociáveis. O único momento em que se juntam é para procriarem, e isto representa um risco para o macho. Se ele não cortejar a fêmea com muitas precauções, pode terminar convertido em refeição da sua companheira.

A reprodução das aranhas não é um acontecimento social agradável, mas uma necessidade biológica para a preservação da espécie.

Geralmente, se duas tarântulas se encontram guerreiam e uma acabará sendo comida pela outra, mas também pode acontecer que as duas saiam feridas com gravidade e acabem por morrer. Assim, não é crueldade manter uma tarântula sozinha, até porque é como elas vivem na natureza.

Que se saiba não há doenças das tarântulas que possam ser transmitidas ao Homem ou a outros animais de estimação. Neste sentido são mais seguras que os animais que costumamos ter por companhia, que em algumas ocasiões podem transmitir-nos doenças.

Outro aspeto positivo de ter um aracnídeo por animal de companhia é o facto de serem silenciosas e precisaram de pouco espaço para viver, no entanto, é importante comprar um terrário adequado, onde se possa mover com liberdade, caso queira.

É aconselhável adquirir um com capacidade de, pelo menos, 20 litros. Se o animal crescer muito pode mudar para um de 80 litros. Se optar por uma espécie que vive em árvores deverá colocar uma ramificação ou algo semelhante para que ela possa trepar. As tarantulas terrestres são mais simples em termos de elementos no terrrário.

Se decidiu ter uma tarântula como animal de estimação, mas não sabe nada sobre o animal o melhor é consultar um veterinário, que lhe dará todas as informações necessárias e lhe indicará as espécies mais recomendadas para principiantes.

Espécies mais recomendadas para iniciantes

Algumas das espécias mais recomendadas para principiantes são:

Rosa Chilena – Grammostola rosea

É bastante dócil, tendo em conta que se trata de uma tarântula. Quando se sente ameaçada prefere, na maioria das vezes, fugir e não agir defensivamente ou até atacar, contudo, deve ter cuidado com os pêlos urticantes que podem ser lançados pelo ar. De fácil manutenção, a Rosa Chilena encontra-se frequentemente no mercado de animais de estimação em diferentes tonalidades: vermelho, rosa e um tom mais afogueado.

Tarântulas mexicanas do género Brachypelma

As tarântulas mexicanas que se seguem também são dóceis, mas mais assustadiças do que a Rosa Chilena. São conhecidas por terem um crescimento mais lento e por serem mais urticantes do que outras tarântulas aqui mencionadas.

Uma das maiores vantagens é uma esperança média de vida mais alargada. Dentro do género, são boas opções para iniciantes a Brachypelma Emilia, a Brachypelma vagans e a Brachypelma smithi (Tarântula de Joelhos Vermelhos Mexicana).

Tarântula Hondurense – Brachypelma albopilosum

Esta tarântula é tão dócil como a Rosa Chilena, mas tende a ser mais temperamental, ou seja, com mudanças de humor rápidas. Tem a vantagem de ter muito apetite e crescer mais rapidamente do que as tarântulas restantes do mesmo género (Brachypelma) ao ponto de ser questionável a sua classificação. Uma das suas marcas é o pêlo ondulado que a torna diferente da quase todas as espécies aqui listadas.

Eupalaestrus campestratus

Esta tarântula é particularmente robusta, encorpada e de patas grossas. É resistente, mas não é fácil de encontrar no mercado, apesar de já haver uma população considerável estabelecida em cativeiro. Também apresenta pêlos ondulados nas patas e no abdómen.

Tarântulas de Patas Rosas

Existem duas espécies de tarântulas de patas rosa: Avicularia avicularia, originária do Norte da América do Sul, e Avicularia versicolor das Ilhas Antilhas.

Estas tarântulas correm e saltam de forma imprevisível podendo ser demasiado rápidas para os iniciantes mas, curiosamente, estão entre as suas primeiras escolhas.

A seu favor têm o facto de não poderem largar pêlos urticantes e de não serem agressivas. São de crescimento rápido, o que lhes dá em poucos anos uma resistência de adulto.

Aphonopelma chalcodes e Aphonopelma seemanni

São um bom desafio para principiantes mais aventureiros. Mais aguerridas, atacam mais facilmente do que as anteriores, sobretudo a Aphonopelma seemani, mas a principal estratégia de defesa permanece a fuga.

São rápidas e resistentes. A disponibilidade no mercado não é muita, sendo mais difíceis de encontrar, contudo, devido à sua aparência, o esforço vale a pena.

Pode parecer estranho para algumas pessoas, mas para outras a ideia de ter uma tarântula de estimação é sensacional.

Ainda há muito a aprender sobre estes exóticos animais. As razões para o escolher como animal de estimação podem ser várias, o fascínio, o interesse por estudar a espécie, etc. Por incrível que pareça, também há quem faça esta opção para ultrapassar a aracnofobia.

A maior parte das vezes os temores são consequência da ignorância. Com o fim da ignorância o medo diminui ou desaparece totalmente e até pode passar a ser um aficionado por aranhas. É o seu caso? Quer experimentar?

Autor:
Tupam Editores

Última revisão:
09 de Abril de 2024

Mais Sobre:
ANIMAL VETERINÁRIA

Referências Externas:

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