Quando se fala de animais de estimação as possibilidades são cada vez maiores. Aos típicos cães e gatos foram-se juntando os pássaros, os peixes, as tartarugas, os coelhos e outros pequenos roedores, e até os exóticos répteis. Atualmente, porém, as pessoas estão a adotar para companheiros outro tipo de animais – aqueles que estávamos habituados a ver no quintal, ou na quinta, como os patos, as galinhas, as cabras e até os porcos.
E, surpresa das surpresas, estes animais não têm desiludido e conseguem adaptar-se bem ao novo habitat.
Um dos animais provenientes da quinta que tem vindo a conquistar pessoas em todo o mundo – que o digam as celebridades Paris Hilton, Miley Cyrus, David Beckham e George Clooney –, e que está a “invadir” as nossas casas como animal de companhia é o porco, mais precisamente, o mini porco.
Os mini porcos têm agradado ao consumidor que procura um amigo mais exótico para fazer parte da sua família, e cumprem muito bem essa tarefa, já que são inteligentes, dóceis, e adoram carinho.
Criados para viver entre quatro paredes, não têm pulgas, não provocam alergias, pois não tem pelo denso como o cão e o gato, e até se dão bem com outros animais da casa, podendo vir a tornar-se uma tendência nos lares portuguesas.
Os mini porcos vieram para ficar
Esqueça tudo o que sabe sobre porcos em chiqueiros, envoltos em lama e com cheiro nada agradável, pois estes porquinhos de tom rosado não cheiram mal, não gostam de viver na sujidade, têm WC próprio, e até toman banho.
São pequenos, muito mais pequenos do que os porcos de criação, sendo até conhecidos por “teacup pigs”, em inglês. Podem viver até aos 18 anos e, depois de totalmente crescidos, por volta dos dois anos, podem pesar entre 18 e 30 quilos e medir de 30 a 40 centímetros, enquanto o porco comum pode atingir até 500 quilos de peso e medir cerca de 80 centímetros de altura.
O seu tamanho e o tom rosado da pele tornam-nos sedutores, e a sua vivacidade e constante vontade de brincar faz deles companheiros para horas de diversão.
Inteligentes – está cientificamente provado que são mais espertos e aprendem muito mais rapidamente do que os cães –, e sociáveis, podem ser treinados para sentar, deitar, fazer os dejetos numa área própria, e até respondem pelo seu nome.
Afetuosos, sensíveis, emotivos, e muito leais, estes porquinhos criam laços muito fortes com as pessoas e animais com quem interagem diariamente, embora com estranhos sejam um pouco fugidios.
Por norma não gostam de andar ao colo, pois para eles ter as patas no ar é sinal de perigo, mas com a ajuda de comida, rapidamente o aceitam. Gostam de festas na barriga e de se aninharem na cama com os donos, e são bastante fáceis de entender pois conseguem fazer ruídos diferentes para comunicar o que pretendem, e para traduzir os seus muitos estados de espírito.
Com grunhidos, oinks, abanares de cauda, murmúrios, berros, gemidos e afins, os mini porcos dão a entender se estão nervosos, excitados, amedrontados, com fome, dor ou felizes por ver os donos.
Não é difícil tomar conta deles, uma vez que exigem pouco e dão muito em troca. Também não precisam de grandes espaços para serem felizes, e adoram andar atrás dos donos pela casa, grunhindo quando recebem atenção. Não é conveniente deixá-los muitas horas sozinhos, sobretudo num apartamento, pois porquinhos entediados tendem a fazer asneiras.
Como com todos os animais, e para o seu bem-estar e saúde, é preciso ter em consideração alguns aspetos: algum espaço para correr à vontade, brincar e gastar energias, e ter definidas as zonas de comer e de dormir, que devem estar afastadas do WC. Se optar por deixá-lo fazer as necessidades no interior da casa, na caixa do gato ou em papel, o ideal é não mudar esse local. Em apartamentos, geralmente, os porquinhos esperam para ir à rua – sendo assim, convém fazê-lo pelo menos três vezes por dia, às mesmas horas.
A alimentação é um fator importante, porque tal como os seus familiares da quinta engordam com facilidade. Têm, por isso, necessidades nutricionais específicas, ricas em fibra, proteína e com baixo teor de gordura e açúcares.
Os restos de comida humana são de evitar, tal como os ossos ou outros alimentos duros, que podem criar problemas digestivos graves. O ideal é a ração 801 para leitões até aos 4/5 meses, complementada com vegetais e fruta fresca, em quantidades restritas devido aos açúcares. A partir dessa idade mantém-se o mesmo regime, mas substituindo a ração 801 pela 831, que se dá às porcas prenhes para não engordarem demasiado.
Além de seguir o calendário de vacinas, os animais precisam de fazer uma desparasitação a cada seis meses, que deve ser reforçada todos os anos. Os banhos, de que gostam, devem ser dados sempre que precisem, com um champô neutro, e aplicar posteriormente um pouco de óleo de amêndoas doces com água para hidratar. Nas saídas à rua não deve dispensar a aplicação de um protetor solar.
Cuidar de um mini porco não necessita de habilidades especiais. Porém, os porquinhos precisam muito da atenção e do tempo do seu tutor, coisa que não acontece se optar por outro animal que também estamos acostumados a ver no quintal – a galinha.
A galinha como animal de companhia
Já lhe tinha passado pela ideia adotar uma galinha como animal de estimação?
Pois saiba que não é uma coisa assim tão fora do normal, aliás, nos Estados Unidos existem perto de um milhão de pessoas que, em vez de um cão ou de um gato, têm em casa galinhas, e no Reino Unido também já é tendência: cada vez mais pessoas estão a optar por ter uma galinha ou um galo em casa.
No Reino Unido a raça mais criada como animal de companhia é a galinha Silkie, que quer dizer sedosa, também conhecida por Moroseta. Esta ave é muito interessante pois possui uma plumagem macia atípica, que se parece com seda.
Outras características da raça são o facto de possuir carne e ossos azul escuro, lóbulos azuis, um tufo de penas na cabeça e nas pernas, e de ter cinco dedos em cada pata, em vez dos quatro das galinhas comuns.
Podem encontrar-se Silkies de cor vermelha, dourada, azul, preta, branca e perdiz. Além de linda, esta galinha é muito dócil e atenciosa, com um temperamento calmo e amigável – uma verdadeira dama!
Por cá as exuberantes Silkies ainda são raras, mas também consideramos as galinhas comuns bons animais de companhia, fáceis de cuidar, amigáveis, económicas, e ainda nos proporcionam ovos caseiros.
Mas os donos querem-nas para mais do que pôr ovos, atribuindo-lhes nomes e até procurando formas de os “passear” com arnês e trela, para um passeio seguro e confortável.
Se é dos que pensa que as galinhas são estúpidas, vai surpreender-se. Pelo contrário, são animais muito inteligentes, havendo investigações que confirmam que até são capazes de ter um raciocínio lógico e que possuem personalidades distintas.
São animais bastante complexos que não sentem apenas fome, dor e medo, também sentem emoções como tédio, frustração e alegria. Para além disso, podem ser treinadas, aprendem o próprio nome, e respondem ao chamamento.
Em casa são silenciosas (pelo menos as fêmeas), limpas, e não necessitam de muito espaço, bastando-lhes apenas um poleiro, um pouco de terra onde esgravatar, comida, água fresca e carinho.
Apesar de se alimentarem de tudo o que encontram no caminho: insetos, milho, ração, plantas, sobras de comida, precisam de uma dieta equilibrada com proteínas, verduras e amidos e o dono também lhes deve proporcionar vitaminas e cálcio.
Fazem a sua própria higiene – assim como os gatos se lambem, as galinhas usam o bico para fazer a limpeza das penas –, não precisando de banhos. Não aprendem a fazer cocó no lugar certo, mas já há soluções para o problema, sendo comercializadas roupas de baixo e fraldas para galinhas e galos de estimação.
No que respeita à saúde da ave, sabendo que as galinhas costumam sofrer de doenças das vias respiratórias, é importante manter secos e ventilados os lugares onde habitam e por onde transitam.
Também costumam apresentar queda nos índices de cálcio, verminoses e piolhos. Assim, um check-upveterinário anual, e um exame das fezes a cada seis meses deve fazer parte da rotina para manter a sua saúde em dia, devendo ser feitos por um profissional especializado.
Independentemente da espécie que se escolher para animal de estimação, optar por conviver com um animal deve ser uma decisão pensada, já que se está a assumir a responsabilidade de cuidar de um outro ser vivo durante toda a sua vida, pois o abandono nunca pode ser uma opção.
Como parte fundamental da responsabilidade de cuidar de um animal, deve-se ter em conta que ele precisa de alguns cuidados próprios da sua espécie. Isso significa não tratá-los apenas como meros objetos bonitos ou ferramentas úteis, mas também saber o quão prejudicial poderá ser humanizá-los excessivamente. E isto, nos dias que correm, dá que pensar…
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