Lúpus eritematoso cutâneo eleva risco de doença cardíaca
Um estudo realizado por investigadores do UT Southwestern Medical Center, nos Estados Unidos, permitiu concluir que os pacientes com lúpus eritematoso cutâneo, uma doença autoimune que causa inflamação da pele, têm maior risco de doença cardiovascular aterosclerótica ou endurecimento das artérias. A investigação sugere que estes pacientes devem ser avaliados precocemente para doença cardíaca.
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Embora esteja estabelecido que os pacientes com lúpus eritematoso sistémico (LES) têm maior risco de doença cardiovascular, desconhecia-se a probabilidade de desenvolver doença cardíaca significativa entre os doentes com lúpus cutâneo, que geralmente se enquadram no espetro mais brando da doença.
O lúpus eritematoso cutâneo afeta pelo menos 80% das pessoas que têm LES, mas também pode ocorrer sozinho. No estudo, publicado no JAMA Dermatology, a equipa da UTSW analisou dados de 306.770 adultos com mais de 18 anos de idade.
Cada participante foi identificado como portador de lúpus eritematoso cutâneo, LES ou psoríase com base nos códigos da Classificação Internacional de Doenças (CID-10) e avaliado por um dermatologista ou reumatologista, excepto pacientes com sobreposição entre doenças.
Os especialistas compararam a prevalência de doença cardiovascular aterosclerótica e a incidência de doença cardiovascular aterosclerótica recém-diagnosticada para os três grupos de doentes. Foi ainda investigada a associação entre a gravidade do lúpus eritematoso cutâneo e a doença cardiovascular aterosclerótica.
Os resultados revelaram que a prevalência e a incidência de doença cardiovascular em pacientes com lúpus eritematoso cutâneo foi semelhantes à de pacientes com LES e maior do que a dos doentes com psoríase e controles sem doença da mesma idade.
Após controlar os fatores de risco para a doença cardiovascular, a investigação não identificou um aumento do risco em adultos com psoríase, no entanto, adultos com casos mais graves de lúpus eritematoso cutâneo que estavam em terapia sistémica apresentaram maior prevalência e incidência de doença cardiovascular do que aqueles com lúpus eritematoso cutâneo leve, que não receberam tratamento ou que apenas fizeram tratamentos tópicos.
De acordo com Henry Chen, autor principal do estudo, as descobertas sugerem que os médicos que tratam indivíduos com lúpus eritematoso cutâneo devem estar cientes que estes doentes têm maior probabilidade de desenvolver doença cardiovascular aterosclerótica, pelo que devem fazer uma avaliação adequada ao problema.