CÉREBRO

Exposição ao cádmio pode estar associada a problemas de memória

O cádmio, um metal pesado altamente tóxico, que entra no organismo através do fumo do cigarro, da respiração de ar poluído e de alimentos, teve maior impacto na capacidade cognitiva de pessoas brancas, apurou um novo estudo publicado na revista Neurology.

Exposição ao cádmio pode estar associada a problemas de memória

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O cádmio é um carcinógeno conhecido que pode contribuir para o desenvolvimento de demência. Ele é libertado no ambiente através de atividades industriais e agrícolas. O seu efeito no cérebro e no sistema nervoso central é generalizado, sendo capaz de interromper os níveis de cálcio no cérebro, assim como de ativar vias de sinalização associadas à inflamação e à morte de células neurais.

O estudo analisou a urina de 2.172 pessoas – mais da metade eram mulheres e quase 40% eram negras – que foram acompanhadas durante uma média de 10 anos, o que permitiu descobrir uma “associação positiva significativa” de cádmio na urina dos participantes brancos com problemas cognitivos.
Todos os anos os participantes foram submetidos a testes de pensamento e memória tendo-se verificado que, ao longo desse período de tempo, 195 pessoas desenvolveram comprometimento cognitivo.

Não foi encontrada associação entre os níveis de cádmio e o comprometimento cognitivo na coorte geral do estudo. No entanto, os participantes brancos com maiores concentrações de cádmio na urina tinham um risco duplicado de comprometimento cognitivo em comparação com aqueles no grupo com menores concentrações de cádmio. Não se verificou tal associação nos participantes negros.

Segundo os especialistas, a discrepância racial na probabilidade de declínio cognitivo pode ser explicada pelas divergências no consumo de tabaco.
Os participantes negros e brancos apresentavam níveis semelhantes de cádmio no geral, mas as pessoas brancas do estudo tinham médias substancialmente maiores de anos-maços de tabaco em comparação com os participantes negros. Sugerem, então, que fumar expôs mais os participantes brancos ao cádmio.

O cádmio tem uma meia-vida longa, podendo acumular-se no cérebro ao longo de um período de tempo e gradualmente causar problemas na função cognitiva.
Embora o estudo destaque a ligação potencial entre o cádmio e o declínio cognitivo, ainda não fornece dados suficientes para despistar a exposição ao metal diretamente nas taxas de demência em comunidades específicas.

É possível, contudo, que comunidades com maior exposição ao cádmio – como aquelas próximas de áreas industriais ou com maiores taxas de tabagismo –, possam ter maior risco de problemas cognitivos ao longo do tempo. Ainda são necessárias mais investigações para estabelecer uma conexão clara entre a exposição ao cádmio e as taxas de demência nessas regiões.

Fonte: Tupam Editores

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