ALZHEIMER

Estudo revela porque razão as mulheres sofrem mais de Alzheimer

As mulheres sofrem de Alzheimer duas vezes mais do que os homens. Isto porque têm níveis mais elevados de uma enzima que provoca maior acumulação de proteína tau no cérebro, uma das principais causas da doença, apurou um estudo realizado por investigadores da Universidade Case Western Reserve (CWRU), em Cleveland.

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Acredita-se que a doença de Alzheimer seja causada por uma alteração no funcionamento das proteínas beta-amiloide e tau. Estas proteínas são necessárias para a atividade cerebral, no entanto, na doença de Alzheimer não são degradadas corretamente após terem cumprido a sua função.

Com o passar dos anos, vão-se acumulando no cérebro e formam placas beta-amiloides e emaranhados de tau que matam os neurónios. O cérebro atrofia e encolhe, afetando as habilidades cognitivas e funcionais da pessoa.

As mulheres com Alzheimer apresentam maior acúmulo de proteína tau. Quando esta proteína deixa de ser necessária para o funcionamento das células nervosas, normalmente é destruída e removida. Mas, por vezes, esse processo de eliminação é interrompido, o que faz com que a proteína tau se agregue patologicamente dentro dos neurónios. Isso destrói os neurónios e causa processos chamados de taupatias, sendo o mais conhecido a doença de Alzheimer.

Mas porque será o cérebro da mulher menos capaz de eliminar a proteína tau? Em experiências realizadas em ratinhos, os especialistas descobriram que os cérebros das fêmeas tinham níveis mais elevados de uma enzima em comparação com os machos, o que fazia com que acumulassem mais tau.

Esta enzima, conhecida como peptidase 11 específica da ubiquitina (USP11), está ligada ao cromossoma X, o que significa que está localizada nos genes deste cromossoma. As mulheres têm dois cromossomas X, enquanto os homens têm um X e um Y – o que explica porque as mulheres têm níveis mais elevados da enzima.

A enzima USP11 é responsável por controlar a eliminação da proteína tau, mas quando os níveis estão elevados ocorre um desequilíbrio em todo o processo de destruição da tau que acaba por causar o efeito contrário, e esta acumula-se de forma patológica.

A equipa descobriu que quando se excluiu geneticamente a enzima USP11, as mulheres ficaram protegidas contra o acúmulo de tau e o declínio cognitivo, o que permitiu concluir que a atividade excessiva da USP11 em mulheres aumenta o risco de acumular proteína tau e de sofrer de Alzheimer.

Segundo David Kang, professor da CWRU, a boa notícia é que as enzimas podem ser inibidas com medicamentos. A esperança é desenvolver um medicamento que funcione desta forma, para proteger as mulheres do risco aumentado de desenvolver a doença de Alzheimer.

Fonte: Tupam Editores

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