Ter um AVC pode alterar a duração do sono
Um estudo conduzido na Escola de Medicina da Universidade Duke, na Carolina do Norte, permitiu concluir que pessoas que tiveram um AVC podem ter maior probabilidade de dormir muito ou pouco em comparação com pessoas que não tinham tido um derrame. A investigação não prova que o AVC causa sono anormal, revela apenas a existência de uma associação.
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NÃO SE ESQUEÇA DE DORMIR!
Dormir é uma necessidade fisiológica indispensável e pode funcionar como um excelente tratamento de beleza e de saúde. Mas dormir o “sono dos justos” parece ser o privilégio só de alguns. LER MAIS
Dormir a quantidade certa é essencial para a saúde ideal do cérebro e do coração. É sabido que o sono anormalmente longo ou curto após um derrame pode afetar a recuperação e deteriorar a qualidade de vida dos indivíduos, logo, os resultados apurados alertam para a necessidade de rastrear esses problemas e analisar como se pode ajudar as pessoas a melhorar os hábitos de sono.
O estudo, publicado na edição online da Neurology, envolveu 39.559 pessoas. Do grupo, 1.572 pessoas tiveram um AVC.
A cada dois anos os participantes eram questionados sobre quanto costumavam dormir à noite nos dias úteis, ou de semana. A duração do sono foi dividida em três categorias: curta, menos de seis horas; normal, seis a oito horas; e longa, oito ou mais horas de sono.
Os especialistas analisaram a frequência com que os participantes tinham um sono normal, definido como seis a oito horas.
Descobriram, então, que a duração normal do sono foi menos comum nas pessoas que tiveram um AVC do que para aquelas que não haviam sofrido um derrame anterior em todas as faixas etárias, com 32% vs. 54% para as pessoas de 18 a 44 anos; 47% vs. 55% para as pessoas de 45 a 64 anos; e 45% vs. 54% para as pessoas com mais de 65 anos.
Após ajuste para fatores que poderiam afetar o sono, como idade, peso e pressão alta, a equipa descobriu que as pessoas que haviam sofrido um AVC tinham 54% mais probabilidade de relatar mais de oito horas de sono por noite em comparação com aquelas sem derrame. Os participantes que haviam sofrido um AVC tinham 50% mais probabilidade de dormir menos de seis horas por noite em comparação com aqueles sem AVC.
Sara Hassani, autora do estudo, revelou que em investigações anteriores o AVC foi associado a sono anormal, em particular à apneia do sono. Condições como insónias e sonolência excessiva são comuns em pacientes com AVC e podem ocorrer como consequência direta ou indireta do próprio AVC.
Estudos futuros devem explorar as ligações entre AVC e duração do sono e determinar o efeito da duração do sono nos resultados após o AVC.