Exposição à luz brilhante regulariza sono e reduz depressão
Por que razão passar mais tempo ao sol pode melhorar o humor das pessoas? Um novo estudo liderado por investigadores do Brigham and Women's Hospital sugere que o sono pode ser a chave.
MENTE E RELACIONAMENTOS
DEPRESSÃO - A GUERRA ENTRE A APATIA E O ÂNIMO
A depressão é uma das mais frequentes doenças psiquiátricas. Pode afectar todas as pessoas em qualquer idade e, se não for tratada, pode, em última análise, levar ao suicídio. LER MAIS
A investigação, publicada no JAMA Network Open, permitiu descobrir que os indivíduos que passaram mais tempo sob luz forte tiveram um sono mais regular, o que estava associado a menos sintomas de depressão e menos probabilidades de desenvolver depressão leve ou grave.
Segundo Susan Redline, uma das investigadoras envolvidas, ter um sono consistente e regular tem efeitos abrangentes na saúde. Por essa razão, estudos futuros que examinem a terapia com luz brilhante não devem ignorar o papel que a regularidade do sono pode desempenhar na influência do humor e nos sintomas de depressão.
Para o estudo, que incluiu mais de 6.600 participantes, foram recolhidos dados de 2011 a 2014 da Pesquisa Nacional de Exame de Saúde e Nutrição. A equipa avaliou se a exposição à luz brilhante (a um nível geralmente equivalente à exposição à luz do dia) estava associada a sintomas de depressão e, em caso afirmativo, se o índice de regularidade do sono (uma medida da consistência dos horários de sono diários) explicava esta associação. Tanto a luz brilhante como a regularidade do sono foram medidas com um dispositivo usado no pulso.
Os resultados revelaram que um maior tempo passado sob luz forte estava modestamente associado a menores sintomas de depressão e que a regularidade do sono explicava parcialmente esta associação. Danielle A. Wallace, líder do estudo, revelou ainda que um nível mais elevado de vitamina D também estava associado a uma maior exposição à luz brilhante e a uma maior regularidade do sono, mas não a sintomas de depressão.
Os autores referem que os resultados são limitados pela natureza transversal dos dados e, portanto, a causalidade não pode ser determinada. Por exemplo, os sintomas de depressão podem influenciar o tempo passado ao ar livre e a exposição à luz intensa.
Investigações futuras devem acompanhar os participantes ao longo do tempo para avaliar o papel da regularidade do sono na relação entre a exposição à luz e o humor.