Nos últimos anos, os meios de comunicação e as redes sociais têm afirmado que o uso do telefone pelos jovens pode estar a prejudicar a sua maturidade emocional e/ou social. O objetivo de Matt Minich e Megan Moreno neste estudo era explorar a relação entre o uso de smartphones pelos adolescentes e o humor, usando uma metodologia longitudinal que mediu ambos em tempo real.

Na investigação, publicada na revista de acesso aberto Plos One, os especialistas enviaram uma pequena pesquisa a 235 adolescentes com idades entre os 12 e os 17 anos que se voluntariaram para participar no projeto. Mas, em vez de lhe fazerem perguntas aleatórias sobre como achavam que o uso do telefone afetava o seu humor, usaram um procedimento de Avaliação Momentânea Ecológica, em que os entrevistados são questionados sobre o seu humor no momento em que respondem à pesquisa.

Tais momentos ocorreriam enquanto o adolescente estivesse a utilizar o telefone, uma vez que a pesquisa foi baseada em mensagens de texto.
O projeto durou seis dias. Cada um dos voluntários recebeu 30 pesquisas em alturas aleatórias durante o dia. Os participantes avaliaram o seu humor atual numa escala de 1 a 7 e as perguntas foram formuladas para medir o humor em tempo real e o humor antes de começarem a usar o telefone.

Descobriu-se, então, que os voluntários avaliaram o seu humor um pouco melhor quando usavam ativamente o smartphone. Os investigadores descobriram ainda que o humor dos voluntários melhorava quando começavam a usar o telefone – passando de uma média de 5 para 5,5 na escala. Muitos dos adolescentes relataram que o seu humor melhorou enquanto usavam o telefone.

Os resultados sugerem que o uso de smartphones pelos adolescentes está positivamente associado ao humor. Esta descoberta pode sugerir que os adolescentes usam os smartphones para alterar o humor, o que vai de encontro à sugestão de que o uso do smartphone pode ser um comportamento potencialmente viciante.