OBESIDADE

Obesidade abdominal pode prever o risco de incontinência fecal

A incontinência fecal (IF), ou perda involuntária do controle intestinal, afeta significativamente a qualidade de vida e a saúde mental de milhões de adultos. Acredita-se que a obesidade afete a função intestinal, mas a relação entre a medida padronizada, o índice de massa corporal (IMC), e a IF permanece obscura.

Obesidade abdominal pode prever o risco de incontinência fecal

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Um estudo transversal da população dos EUA, realizado por investigadores do Brigham and Women's Hospital, permitiu identificar a relação circunferência da cintura/altura (RCE) – um marcador de obesidade central –, como um preditor mais forte de IF do que o IMC.

Para a investigação, publicada na revista Clinical Gastroenterology and Hepatology, os especialistas utilizaram dados recolhidos entre 2005-2010 pelo National Health and Nutrition Examination Survey. Calcularam, então, a RCE e o IMC em mais de 7.500 participantes, que avaliaram quanto à prevalência e ao risco de IF.

Verificaram que a IF ocorreu em pouco mais de 9% da coorte do estudo e que uma prevalência mais elevada estava associada a uma RCE mais elevada, mas apenas fracamente associada a um IMC mais elevado.

Após o ajuste para fatores que potencialmente poderiam confundir, como dados sociodemográficos, comorbidades metabólicas, dieta e atividade física, a equipa constatou que uma RCE mais elevada, mas não o IMC, se manteve consistentemente correlacionada com a IF. Análises específicas por sexo também revelaram associações mais significativas entre a RCE e a IF em homens.

Sabe-se que a distribuição central do tecido adiposo tende a ser mais prevalente em homens do que em mulheres, e essas diferenças baseadas no sexo podem indicar a relevância da obesidade central na patogénese da IF.

Segundo o autor sénior do estudo, Walter Chan, as descobertas sugerem que o risco de continência intestinal pode depender de como a massa corporal está distribuída.
O IMC é uma medida pragmática para a obesidade, mas não distingue entre gordura e massa muscular, nem avalia a distribuição da adiposidade.

A RCE pode contribuir para a IF através do aumento da pressão intra-abdominal que afeta o assoalho pélvico ou o esfíncter anal, ou através de maior gordura visceral com o associado stress inflamatório e oxidativo.
Para os investigadores, são necessárias mais investigações para entender melhor por que ocorre a FI.

Fonte: Tupam Editores

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