MEDICAMENTO

Medicamento revelou-se promissor no tratamento de nefrite lúpica

Numa análise post hoc do ensaio Nobility de Fase II, uma equipa de investigadores descobriu que o tratamento com obinutuzumab – um anticorpo que tem como alvo uma proteína expressa em certas células imunitárias – foi superior ao placebo na preservação da função renal e na prevenção de crises em pacientes com nefrite lúpica, uma doença renal associada à doença autoimune lúpus.

Medicamento revelou-se promissor no tratamento de nefrite lúpica

DOENÇAS E TRATAMENTOS

O FLAGELO DAS DOENÇAS RENAIS


O lúpus eritematoso sistémico (LES) é uma doença inflamatória multi-orgânica que se associa a morbilidade e mortalidade significativas como consequência, não só da evolução muitas vezes debilitante, mas também do tratamento. A nefrite lúpica é uma complicação frequente do LES, uma doença autoimune que pode afetar diversos órgãos do organismo.

O estudo, publicado na revista Arthritis & Rheumatology, permitiu concluir que em comparação com o tratamento padrão sozinho, a adição de obinutuzumab ao tratamento da nefrite lúpica reduziu o risco de desenvolver um resultado composto por morte, queda na função renal ou falha do tratamento por 60%.

Os participantes do estudo foram selecionados aleatoriamente para tomar obinutuzumab (n = 63) ou um placebo (n = 62) em combinação com micofenolato de mofetil e glicocorticoides. Os pacientes que receberam o obinutuzumab tiveram um declínio significativamente mais lento na Taxa de Filtração Glomerular estimada (TFGe) do que os pacientes que receberam o placebo, com uma vantagem anualizada da inclinação da TFGe de 4,1 ml/min/1,73 m2/ano.

Verificou-se ainda que, no geral, 38% dos pacientes tratados com obinutuzumab, em comparação com 16% dos pacientes tratados com placebo, alcançaram uma remissão completa da nefrite lúpica na semana 76, com necessidade de menos glicocorticoides.

Em comparação com a terapia padrão, o tratamento com o obinutuzumab resultou numa preservação superior da função renal e na prevenção de crises de nefrite lúpica.

De acordo com o autor correspondente, Brad Rovin, os dados apurados são importantes porque o objetivo final da terapia da nefrite lúpica é preservar a sobrevivência renal para que os pacientes nunca tenham que enfrentar a necessidade de diálise ou um transplante porque os seus rins falharam. A adição de obinutuzumab à terapia padrão para a nefrite lúpica pode aumentar a probabilidade de se atingir esse objetivo.

Fonte: Tupam Editores

OUTRAS NOTÍCIAS RELACIONADAS


ÚLTIMAS NOTÍCIAS