GASTROENTEROLOGIA

Bactérias intestinais influenciam gravidade de doença diarreica

Uma investigação realizada na Universidade de East Anglia (UEA), no Reino Unido, apurou que a gravidade de uma doença diarreica pode dever-se às bactérias presentes no intestino.

Bactérias intestinais influenciam gravidade de doença diarreica

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DIARREIAS


A criptosporidiose – uma infeção pelo protozoário Cryptosporidium parvum –, é responsável por mais de 100.000 mortes anualmente, predominantemente em crianças menores de cinco anos. A doença afeta igualmente os animais e, de acordo com o novo estudo recentemente publicado na revista Virulence, os animais de grande porte (incluindo os primatas), com menos tipos diferentes de bactérias no intestino são os mais gravemente afetados.

O estudo revelou que a introdução de bactérias intestinais mais diversas pode melhorar os resultados, incluindo a redução da diarreia e o potencial de propagação da doença.

A equipa de investigação sugere que a dieta, os probióticos e a terapia de transplante fecal podem ajudar a combater a doença, melhorando as bactérias intestinais tanto nas pessoas como nos animais.

Segundo o líder do estudo, o professor Kevin Tyler, a maioria das infeções acontece em países de renda mais baixa mas os surtos também ocorrem no Reino Unido e noutros lugares da Europa. Não existem ainda vacinas humanas e apenas um medicamento licenciado para uso humano, que não é eficaz para muitos dos afetados.

O objetivo dos investigadores era descobrir se parte da variação nos sintomas estaria relacionada com a composição das bactérias intestinais de uma pessoa ou de um animal infetado e se essa composição, por sua vez, seria afetada pelo facto de ter criptosporidiose.

Os especialistas recolheram todos os estudos que analisaram a composição das bactérias intestinais em mamíferos infetados pelo Cryptosporidium e para os quais os dados foram disponibilizados publicamente. Todos os estudos foram comparados para responder a questões sobre a importância da diversidade bacteriana intestinal e sobre o efeito da infeção pelo Cryptosporidium.

A investigadora principal, Georgina Hurle, salienta que a composição das bactérias intestinais pode ser afetada pela dieta, pelo consumo de probióticos e prebióticos e por terapias como a terapia de transplante fecal.

Compreender as mudanças que acompanham as infeções e os resultados cria oportunidades para terapias relativamente acessíveis, mas novas, no combate a uma doença para a qual muito poucas intervenções estão atualmente disponíveis. Este estudo é importante para mostrar que essas abordagens podem ser eficazes na redução da gravidade da doença nas pessoas afetadas e nos grupos e populações em risco.

Fonte: Tupam Editores

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