Dieta com baixo teor de gordura reduz fadiga em doentes com EM
A fadiga pode ser um sintoma incapacitante da esclerose múltipla (EM), e não existem opções de tratamento eficazes. Um estudo realizado por investigadores da Universidade de Saúde e Ciência de Oregon, nos EUA, permitiu concluir que os doentes com EM poderiam beneficiar de uma dieta com baixo teor de gordura para melhorar a fadiga – um sintoma debilitante e muitas vezes subestimado da doença.
Atualmente, não existe cura conhecida para a EM. Há no entanto tratamentos eficazes que contrariam a evolução da doença e aliviam os sintomas associados, proporcionando mesmo, a reabilitação de muitos doentes.
LER MAIS
Atualmente, segundo o investigador principal Vijayshree Yadav, não existe nenhum medicamento aprovado pela FDA para a fadiga, que afeta muito a qualidade de vida destes doentes.
No estudo, publicado no Multiple Sclerosis Journal, os especialistas conduziram um ensaio clínico randomizado que incluiu 39 pessoas com EM que sofriam de fadiga e que foram divididas em dois grupos: 19 participantes foram inseridos no grupo de controle e receberam aconselhamento dietético no final do estudo, após 16 semanas.
Os outros 20 participantes receberam aconselhamento nutricional de nutricionistas e depois aderiram a uma dieta com baixo teor de gordura, o que foi confirmado através de amostras de sangue de rotina, que revelaram sinais claros de redução da ingestão calórica.
Ao contrário de um estudo realizado em 2016 que testou uma dieta puramente baseada em vegetais, o novo estudo foi modificado para incluir carne, embora com baixo teor de gordura. O exercício não fazia parte do programa, o que significa que o estudo se concentrou apenas na dieta como intervenção.
Os investigadores constataram que em comparação com o grupo controle, o grupo ativo de participantes revelou uma melhora significativa na fadiga, que foi aferida através da Escala Modificada de Impacto da Fadiga. A cada quatro semanas, os participantes respondiam a perguntas padronizadas que mediam aspetos como capacidade de atenção, concentração e realização de atividades físicas rotineiras.
Segundo Yadav, os resultados vieram reforçar o que se tinha observado anteriormente, ou seja, que uma dieta com baixo teor de gordura pode realmente fazer a diferença no nível de fadiga de um doente, mesmo sem chegar ao ponto de a transformar numa dieta vegan.
