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Consumo de álcool dos pais associado ao dos adolescentes

A ingestão de álcool por menores é comum e dispendiosa, para além de aumentar o risco de lesões, suicídio e violência. De acordo com um estudo publicado online no Journal of Adolescent Health, os comportamentos de consumo dos pais – especificamente o consumo frequente e o consumo excessivo de álcool –, estão associados ao aumento das probabilidades de consumo entre os adolescentes.

Consumo de álcool dos pais associado ao dos adolescentes

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No estudo, os investigadores estimaram a prevalência do consumo de álcool pelos adolescentes através das respostas de 740 pares de pais-filhos que fizeram parte de investigações nacionais (SummerStyles e YouthStyles) dos Estados Unidos em junho de 2020. Foi examinada ainda a associação entre os comportamentos de consumo de álcool dos pais e o consumo de álcool dos filhos.

Os pais e os seus filhos adolescentes responderam a perguntas sobre a ingestão de álcool nos últimos 30 dias. Estimou-se a prevalência do consumo de álcool entre adolescentes e exploraram-se as diferenças por dados sociodemográficos. Um modelo de regressão logística multivariável avaliou se os comportamentos de consumo de álcool dos pais estavam associados ao consumo de álcool entre os filhos.

Os especialistas constataram que 6,6% dos adolescentes consumiam álcool, sem diferenças significativas pelos dados sociodemográficos. Mais da metade dos pais relataram ingestão de álcool nos últimos 30 dias (53,8%) e 27,2% relataram que bebiam com frequência (em ≥5 dias/mês) e 26,6% que bebiam semanalmente ou menos, em média. Mais de um terço (35,3%) dos que bebiam relataram consumo excessivo de álcool. Aproximadamente um em cada cinco pais (20,2%) manteve uma atitude permissiva em relação ao consumo excessivo de álcool.

O uso de álcool era significativamente mais prevalente entre adolescentes cujos pais bebiam com frequência, bebiam em excesso ou tinham atitudes permissivas. Em comparação com adolescentes cujos pais não bebiam ou não bebiam compulsivamente, os adolescentes cujos pais bebiam frequentemente (pelo menos cinco dias/mês) ou bebiam compulsivamente tinham probabilidades significativamente mais elevadas de beber (razão de chances ajustadas, 4,1 e 3,7, respetivamente).

As descobertas deste estudo nacional sugerem que se os pais beberem com menos frequência e evitarem o consumo excessivo de álcool, isso poderá reduzir a probabilidade de consumo de álcool por parte dos menores e, assim, os danos associados ao álcool.

Já a implementação de estratégias eficazes a nível da população (por exemplo, aumento dos impostos sobre o álcool, regulação das vendas de álcool) poderia reduzir o consumo excessivo de álcool entre adultos e adolescentes.

Fonte: Tupam Editores

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