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Estudo pode levar a novos tipos de tratamentos para hanseníase

A hanseníase, também conhecida como lepra ou doença de Lázaro, existe pelo menos desde os tempos bíblicos, mas os cientistas ainda não sabem exatamente como o bacilo Mycobacterium leprae causa os sintomas da doença. E embora os antibióticos a possam tratar, os especialistas estão preocupados com o aumento de estirpes resistentes aos medicamentos.

Estudo pode levar a novos tipos de tratamentos para hanseníase

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Recentemente, um estudo publicado na ACS Central Science tornou possível entender o papel único que certos receptores imunológicos desempenham nas infeções por hanseníase em ratinhos, o que pode levar a novos tipos de tratamentos para esta e outras doenças em humanos.

De acordo com a OMS, atualmente milhares de pessoas são afetadas pela lepra. A doença pode causar lesões na pele, danos nos nervos e paralisia.
Os antibióticos hoje em dia podem eliminar uma infeção de forma rápida e eficaz, no entanto, desenvolveram-se estirpes de M. leprae resistentes a medicamentos, o que mantém os cientistas à procura de novas opções de tratamento.

No estudo, os especialistas começaram por decifrar a maneira exata como a bactéria interage com o sistema imunológico. As paredes celulares das micobactérias como a M. leprae têm uma espessa camada lipídica contendo glicolipídeos – uma combinação de açúcar e moléculas de gordura – que o sistema imunológico humano pode reconhecer e combater.

A equipa, composta por Jeroen D. C. Codée, Sho Yamasaki e colegas, queria entender melhor quais os glicolipídeos responsáveis pelos sintomas da hanseníase e como estes interagem com o sistema imunológico.

Então, extraiu e sintetizou os complexos glicolipídeos do M. leprae e expôs as células repórter que expressam receptores imunológicos. O componente que ativou mais as células foi o PGL-III, um precursor do glicolipídeo mais comum da bactéria, o PGL-I.

Os cientistas descobriram ainda que esse glicolipídeo usava apenas o seu açúcar terminal para se ligar a um receptor imunológico denominado Mincle – uma interação única não relatada anteriormente. Além disso, quando os ratinhos sem o receptor Mincle foram expostos ao M. leprae, apresentaram infeções piores do que aqueles com o receptor, o que sugere que este desempenha um papel importante na resposta imune natural contra a infeção da hanseníase.

Como resultado, direcionar esse receptor ou o glicolipídeo PGL-III pode representar uma alternativa ao atual tratamento com antibióticos pesados para a hanseníase. Segundo os especialistas, a relação estrutura-atividade especial entre Mincle e PGL-III pode ser replicada para criar outras substâncias imunoestimulantes no futuro.

Fonte: Tupam Editores

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