Níveis de cortisol no cabelo dos recém-nascidos influenciam sono
A má saúde do sono na infância está ligada ao comprometimento da saúde física e mental na idade adulta. Como resultado, a identificação de preditores da saúde do sono infantil é essencial para promover a saúde ao longo da vida.
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Um potencial preditor que não foi testado é o funcionamento do eixo hipotálamo- adrenal-hipofisário (HPA) fetal, que está ligado a comportamentos de sono e tem sido implicado no desenvolvimento de distúrbios do sono. O cortisol, o produto final do eixo HPA, pode ser importante na regulação do sono durante o período pós-natal inicial, no entanto, sabe-se muito pouco sobre a relação entre o cortisol fetal e o sono dos filhos na infância.
O estudo realizado na Universidade de Denver permitiu concluir que os níveis de cortisol no final da gravidez podem prever o sono dos bebés. De acordo com os resultados, publicados na revista Sleep, os recém-nascidos com níveis mais altos de cortisol nas suas amostras de cabelo demoraram mais para adormecer aos 7 meses de idade. O cortisol capilar neonatal é uma medida do cortisol fetal no último trimestre da gravidez.
Segundo Melissa Nevarez-Brewster, coautora principal, embora o aumento do cortisol durante a gravidez seja normal e importante para preparar o feto para o nascimento, as descobertas sugerem que níveis mais altos de cortisol durante a gravidez tardia podem prever que o bebé terá problemas para adormecer.
Durante a investigação os investigadores recolheram cortisol do cabelo de 70 bebés nos primeiros dias após o nascimento; importa referir que 57% das crianças eram do sexo feminino. Os pais preencheram um questionário sobre o sono quando os seus filhos tinham 7 meses de idade. As análises co-variaram para a idade gestacional no nascimento e para relações renda/necessidades familiares.
Constatou-se que níveis mais altos de cortisol fetal podem afetar negativamente a saúde do sono infantil. Especificamente, o cortisol pode revelar a mudança do sono polifásico para o monofásico, bem como o acúmulo de pressão do sono ao longo do dia, afetando a latência do início do sono.
Estudos futuros devem ter em consideração os possíveis efeitos a longo prazo da produção de cortisol fetal na saúde do sono durante a infância e potencialmente mais tarde na vida.