H. pylori: uma bactéria que pode viver durante anos no estômago
Para que o organismo funcione adequadamente é necessário contar com ajuda das bactérias presentes no trato gastrointestinal. O corpo precisa que exista um equilíbrio entre esses microrganismos para fazer a manutenção da nossa saúde, no entanto, há um tipo de bactéria a que se deve estar atento, como é o caso da Helicobacter pylori, ou H. pylori.
A promoção da saúde tem como base a aceitação de que os comportamentos em que nos envolvemos e as circunstâncias em que vivemos têm influência na nossa saúde.
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A H. pylori é uma bactéria espiralada gram-negativa comum que tem um apreço especial pelo sistema gastrointestinal dos humanos, preferindo alojar-se em órgãos como o estômago e o intestino. É considerada das infeções mais frequentes em todo o mundo e, em Portugal, estima-se que cerca de 60 a 70% da população esteja infetada.
Na grande maioria dos casos a infeção adquire-se na infância, por via oral, através da ingestão de alimentos ou água contaminados e através do contacto entre os indivíduos. É uma infeção crónica, permanecendo durante anos, décadas ou mesmo toda a vida, sendo muito difícil a sua eliminação espontânea. A maioria das pessoas convive com esta bactéria sem apresentar sintomas.
Quando existem sintomas, as queixas aparecem sobretudo no tubo digestivo, estando na origem de úlceras duodenais, úlceras gástricas e de determinadas gastrites crónicas. Numa percentagem muito pequena de pessoas infetadas a bactéria está associada ao aparecimento de alguns tipos de tumores, como o linfoma, ou o adenocarcinoma, sendo ainda um fator de risco para o cancro do estômago, razão pela qual é considerada pela Organização Mundial da Saúde como um agente carcinogénico de tipo I.
Se os sintomas do doente lhe puderem ser atribuídos, o médico irá solicitar um teste de diagnóstico da bactéria que, com um resultado positivo, deverá ser erradicada. A eliminação da H. pylori é difícil, sendo necessário combinar vários medicamentos, nomeadamente vários antibióticos.
Para que o tratamento resulte deve haver rigor e disciplina por parte do doente no cumprimento das doses e dos horários da medicação. Depois do tratamento, deve-se sempre confirmar que a bactéria foi eficazmente erradicada. Caso a infeção persista, recomenda-se novo tratamento com diferentes medicamentos. Se a bactéria foi eliminada, não é necessário repetir no futuro qualquer tipo de teste.
Não há recomendações específicas para evitar que a criança ou o adulto sejam infetados pela H. pylori. É fundamental, sob o ponto de vista da saúde geral e da prevenção de doenças, manter bons hábitos de higiene corporal (por exemplo, lavar as mãos depois de utilizar a casa de banho e antes de comer) e de higiene alimentar (lavar bem os alimentos e beber água potável).
