Especialistas prevêem uma época de gripe mais severa: Prepare-se!
Este vai ser o primeiro inverno sem máscaras desde o início da pandemia. Durante os últimos dois anos não foram relatados tantos casos gripe em comparação com anos anteriores devido às medidas de mitigação relacionadas com a Covid-19 que estiveram em vigor até há bem pouco tempo. Os números de casos confirmados de gripe A e B diminuíram drasticamente nas últimas duas épocas.
Segundo o médico Bernardo Gomes, especialista em Saúde Pública, devido à pandemia de Covid-19, verificou-se uma alteração na circulação dos vírus respiratórios mas, com o relaxar das medidas é normal que as transmissões desses vírus aumentem. Além disso, a imunidade coletiva é bastante mais reduzida, depois de invernos com menos infeções.
Isto significa que, no início de dezembro poderemos estar perante um novo pico de casos de Covid-19, embora menos grave do que nos anos anteriores, ao mesmo tempo que enfrentamos mais uma época de gripe.
Em Portugal, a época de gripe começa geralmente no fim de outubro/início de novembro e prolonga-se até fevereiro. Assim, e segundo Purvi Parikh, especialista em doenças infecciosas, todas as famílias devem ter um plano sobre o que fazer se ficarem doentes para não contagiarem outros membros da família, especialmente aqueles que possam ser mais vulneráveis a consequências graves.
O primeiro conselho da especialista é a toma das vacinas (gripe e Covid) assim que consigam, pois estas ajudam a minimizam o risco de contrair, espalhar e sofrer consequências graves de ambos os vírus. Idealmente, as vacinas deveriam ser tomadas antes do final do mês de outubro, de maneira a que o sistema imunitário tenha tempo suficiente para desenvolver anticorpos essenciais para proteger as pessoas nos próximos meses.
Nesta altura do ano é importante fazer uma limpeza – reunindo todos os medicamentos que estão fora de prazo para entregar numa farmácia –, e atualizar o armário dos medicamentos. Isto é importante porque, no geral, é possível tratar um gripe e uma constipação com medicamentos, a maior parte de venda livre. Na altura de completar o “stock” deve apostar em analgésicos como paracetamol, que pode ajudar a reduzir a febre; um descongestionante para aliviar um possível nariz entupido; assim como algo para controlar a tosse.
Como algumas pessoas têm sintomas relacionados com o estômago, quando estão positivas para a Covid-19, pode ser boa ideia ter medicação anti-náuseas e antidiarreicos. Já indivíduos com condições como asma devem ter sempre bomba de asma.
Em casa, quer viva com a família, ou não, também convém ter um plano de forma a garantir que as pessoas doentes conseguem fazer “quarentena para reduzir a propagação da infeção”. Assim, pode definir, entre outras coisas, onde é que a pessoa doente vai dormir e que casa de banho vai usar. Já quem vive sozinho também deve ter um plano que envolva falar, regularmente, com familiares ou amigos, para garantir que está tudo bem ou pedir ajuda caso precise.
Fazer compras quando se está doente não é agradável, por isso, deve ter sempre em casa alguns essenciais como papel higiénico, lenços, desinfetante de mãos (e superfícies), assim como máscaras cirúrgicas, para proteger os elementos da família que não estão doentes. Convém ainda ter um termómetro e alguns testes rápidos para conseguir saber se está com gripe ou coronavírus. Tenha o mesmo cuidado com a despensa e o frigorífico, ou seja, procure ter sempre alimentos e bebidas hidratantes que o ajudem a recuperar, assim como coisas fáceis de comer e preparar, mas ricas em nutrientes.
Prevenir é sempre a melhor solução. Medidas simples, como lavar as mãos, usar máscara em espaços fechados, e distanciar-se, quando possível, ajudam muito a controlar e prevenir infeções. Além disto, caso não se sinta bem, não vá ao trabalho, escola ou eventos, mesmo se testar negativo para Covid, pois há uma infinidade de outros vírus que pode espalhar. Lembre-se: pequenas medidas são suficientes para quebrar as cadeias de transmissão. Ponha-as em prática!