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Biomarcador permite pela primeira vez diagnosticar Parkinson

Uma amostra de sangue será suficiente para saber se uma pessoa tem probabilidade de desenvolver Parkinson. Investigadores da Universidade de Kobe e da Universidade de Hiroshima, no Japão, desenvolveram com sucesso um biomarcador que permitirá diagnosticar a doença de forma rápida e barata, a partir de amostras de soro sanguíneo.

Biomarcador permite pela primeira vez diagnosticar Parkinson

DOENÇAS E TRATAMENTOS

PARKINSON, O DESCONTROLE MOTOR


Atualmente não é possível diagnosticar diretamente ou curar de forma definitiva a doença de Parkinson, assim, a deteção precoce é vital para interromper a sua progressão. Os cientistas acreditam que a capacidade de diagnosticar a doença mais rapidamente também ajude nas investigações para o desenvolvimento de novos métodos de tratamento.

À medida que a população idosa continua a aumentar, espera-se que o número de pacientes que sofrem de doenças neurodegenerativas também aumente. A doença de Parkinson é um tipo de doença para a qual se esperava o desenvolvimento de um método diagnóstico simples.
O exame recentemente desenvolvido permite detetar a doença com uma taxa de precisão de 90%.

A descoberta envolve o citocromo P450, uma hemeproteína que desempenha um papel importante em muitos processos pela oxidação de um grande número de substâncias, incluindo metabolizar vários medicamentos e sintetizar hormonas – nos humanos, são conhecidas 57 espécies moleculares de P450. Essa enzima é expressa principalmente no fígado, mas também pode ser expressa noutras partes do corpo, como pulmões, trato gastrointestinal e cérebro.

A equipa do Dr. Kohei Ihara, do Centro de Investigação Biosinal da Universidade de Kobe, já havia desenvolvido um ensaio de inibição do P450 para detetar facilmente alterações na qualidade e quantidade de metabolitos relacionados a esse citocromo provocadas pelo início de várias doenças. Agora tornaram-se os primeiros no mundo a aplicar com sucesso esse método no diagnóstico da doença de Parkinson.

No novo estudo, publicado na revista Scientific Reports, 12 P450s humanos diferentes são misturados com uma amostra de soro e um substrato fluorescente para causar uma reação. Existem diferenças na quantidade e qualidade dos metabolitos relacionados ao P450 nos soros de indivíduos saudáveis e de pacientes. Esses metabolitos séricos inibem a oxidação mediada por P450 do substrato fluorescente.

Ao observar a taxa de inibição relacionada a alterações mediadas por doenças em alguns P450s, é possível discriminar amostras de soro de um indivíduo com uma doença específica e de um indivíduo saudável. Isso ocorre porque o P450 reage com o substrato fluorescente para gerar uma substância fluorescente quando testado em soros de indivíduos saudáveis.

No entanto, a reação é diferente quando o teste é realizado em soros de pacientes e, portanto, os valores de fluorescência obtidos mudam. Dessa forma, o “teste de inibição fluorescente P450”, que deteta essas alterações, pode ser usado para determinar se uma doença está ou não presente.

Os resultados da investigação revelaram que indivíduos saudáveis e indivíduos com a doença de Parkinson podem ser classificados com uma taxa de precisão entre 85% e 88%, tanto nos animais de laboratório (ratos modelo da doença) quanto nos seres humanos.
O próximo objetivo dos investigadores é a realização de avaliações de desempenho clínico em maior escala com o intuito de trabalhar para a implementação desse método de teste de Parkinson em ambiente clínico.

Fonte: Tupam Editores

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