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Doenças reumáticas: precisa-se de um PNCDR que seja eficaz

As doenças reumáticas (DR) são o grupo de doenças mais frequentes nos países desenvolvidos e representam um importante problema médico, social e económico.

Doenças reumáticas: precisa-se de um PNCDR que seja eficaz

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As DR definem-se como as doenças e alterações funcionais do sistema musculoesquelético de causa não traumática, e constituem um grupo com mais de uma centena de entidades, com vários subtipos. Estas doenças podem ser agudas, recorrentes ou crónicas e atingem pessoas de todas as idades. São causa frequente de incapacidade e quando não diagnosticadas e/ou tratadas atempadamente podem ocasionar graves e desnecessárias repercussões físicas, psicológicas e familiares.

Cerca de metade dos portugueses sofre de, pelo menos, uma doença reumática. Segundo o Programa Nacional Contra as Doenças Reumáticas (PNCDR), publicado em 2004 pela DGS, as DR são o primeiro motivo de consulta nos cuidados de saúde primários e são também a principal causa de incapacidade temporária para o trabalho e de reformas antecipadas por doença/invalidez.

As estratégias para reduzir a incapacidade e melhorar a qualidade de vida de quase todos os doentes reumáticos são o encaminhamento precoce para reumatologia e a redução do intervalo de diagnóstico da doença.
Com o objectivo de alertar para a importância de um sistema, Luís Cunha Miranda, reumatologista no Instituto Português de Reumatologia (IPR), elaborou duas análises que refletem a realidade destas patologias a nível nacional.

O estudo “Mind The Gap: early referral to rheumatology in pandemic times”, realizado por este especialista durante a pandemia permitiu verificar que, nos hospitais, houve uma diminuição média de 38,5% deste encaminhamento: no Instituto Português de Reumatologia houve uma queda de mais de 50% dos encaminhamentos, no Hospital do Conde de Bertiandos de 26,5% e no Hospital Garcia de Horta de 37,8%.

Perante os dados, o especialista refere a necessidade de se fazer mais por estes doentes e garantir que são criadas estratégias para os ajudar. Esta análise, contudo, reflete apenas uma necessidade que há muito tinha de ser reconhecida, que passa pela implementação de um novo PNCDR que cumpra com os objetivos estabelecidos.

Para reforçar esta sugestão, o Dr. Luís Cunha Miranda realizou o estudo “Taxa de execução em 2021 Plano Nacional Contra as Doenças Reumáticas (PNCDR): 2004-2014: Porque precisamos de um novo PNCDR?”.
A análise permitiu concluir que a taxa de execução destas estratégias ficou aquém do esperado, com um total de 6 objetivos não concretizados, e 4 somente parcialmente efetuados, o que representa um total de 38,1% das iniciativas não executadas.

Os dados demonstram que os resultados dos projetos propostos no âmbito das doenças reumáticas ficaram aquém do que era expectável, o que é preocupante. Segundo o reumatologista, é inimaginável que o PNCDR tenha passado de programa prioritário, para programa inexistente em 2014, sendo que existem, neste momento, em Portugal, 12 programas nacionais prioritários e 11 não prioritários.

Fonte: Tupam Editores

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