ONCOLOGIA

Cientistas do i3S querem revolucionar tratamento da LLA avançada

O projeto “Mecanismos de infiltração no sistema nervoso central em leucemia aguda precursora de células B tipo cromossoma de Filadélfia (CENSIBALL)” venceu a 2ª Edição da Bolsa de Investigação em LLA, no valor de 15 mil euros, e representa mais um passo na compreensão de quais os mecanismos e terapias que possam fazer frente à evolução das formas mais agressivas desta patologia.

Cientistas do i3S querem revolucionar tratamento da LLA avançada

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Esta é uma iniciativa da Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL) e a Sociedade Portuguesa de Hematologia (SPH), com o apoio da Amgen Biofarmacêutica.

“Nos casos mais agressivos de LLA, adultos e crianças em estadios mais avançados, é preciso uma análise celular e molecular aprofundada para compreender quais as terapias mais eficazes. Através de testes em modelos animais que refletem os casos de LLA mais agressivos, nomeadamente casos com ativação da quinase JAK2 juntamente com a eliminação do supressor tumoral CDKN2A, vai ser possível avaliar em detalhe as alterações associadas à genética e retratar a doença mais agressiva. O objetivo passa por compreender a resistência à terapia e estudar estratégias que tenham um impacto significativo no prognóstico do doente, abrindo caminho para futuros estudos terapêuticos pré-clínicos”, explica Nuno Rodrigues dos Santos, investigador do i3S - Instituto de Investigação e Inovação em Saúde, da Universidade do Porto, e principal responsável deste projeto.

A equipa vencedora beneficia de uma equipa multidisciplinar que conta com Luís Maia, clínico em Neurologia no Centro Hospitalar Universitário do Porto e investigador no i3S, Matthias Futschik, investigador do Imperial College London Faculty of Medicine, Dulcineia Pereira e Ricardo Pinto, hematologistas, do Instituto Português de Oncologia no Porto e do Serviço de Hematologia do Hospital S. João do Porto, respetivamente.

O projeto apresentado procura identificar as moléculas nas células leucémicas que promovem a invasão do sistema nervoso central e que levam a sintomas neurológicos nos doentes. “Atualmente não existem terapias específicas para eliminar as células leucémicas do sistema nervoso central.

Este projeto tem o objetivo de avaliar o comportamento de progressão da LLA para criar barreiras de proteção contra estas células, ou seja, em primeira análise procura identificar os agentes necessários para evitar a progressão da doença para o sistema nervoso central, invés de só atuar numa fase avançada da doença”, reforça o investigador.

Manuel Abecasis, presidente da APCL, menciona que, “apesar de uma taxa de cura muito elevada nas crianças, nos adultos e a situação é diferente. A doença é mais resistente, as remissões são de curta duração, é necessária uma abordagem estratégica diferente. Neste sentido, este é um projeto original que pode contribuir nesta frente, afinal, é a primeira vez que a ativação da quinase JAK2 juntamente com a eliminação do supressor tumoral CDKN2A são apresentados como interveniente chave para este tipo de LLA”.

Para João Raposo, presidente da SPH, “a 2ª edição da Bolsa de Investigação em LLA representa mais um passo para desconstruirmos as principais barreiras envolvidas nesta doença e avançarmos no desenvolvimento de soluções que possam ser o futuro para estes doentes, principalmente nos casos mais agressivos da patologia. A SPH deseja os melhores resultados na obtenção das metas estabelecidas para abrirmos portas para novas abordagens terapêuticas”.

O diretor-geral da Amgen, Tiago Amieiro, reforça que “este é um projeto que beneficia de uma equipa multidisciplinar com elevada experiência e múltiplas valências. A Amgen está orgulhosa por apoiar um projeto que procura aprofundar o conhecimento e alavancar o potencial da biologia humana, na busca de novas soluções terapêuticas para doenças hemato-oncológicas de elevada mortalidade”.

Fonte: Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL)

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