Anticorpos com toxinas podem ser eficazes contra fibrose hepática
Cientistas da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, descobriram que um tratamento com imunotoxinas pode ajudar a tratar a fibrose hepática. O estudo foi publicado na revista Proceedings of National Academy of Sciences.
DOENÇAS E TRATAMENTOS
HEPATITES CONHECER PARA PREVENIR
O termo hepatite significa inflamação do fígado. Localizado no lado superior direito do abdómen, por detrás das costelas flutuantes, o fígado é o órgão mais volumoso do corpo humano. LER MAIS
O consumo excessivo crónico do álcool e a hepatite podem ferir o fígado e levar à fibrose, à acumulação de colagénio e de tecido cicatrizado. Como tal, os investigadores tiveram como objetivo procurar formas de impedir as células hepáticas de produzir colagénio.
Os cientistas utilizaram imunotoxinas para estas matarem células produtoras de colagénio no fígado, acreditando que, se esses anticorpos portadores de moléculas tóxicas conseguissem encontrar e ligar-se as células, as células comeriam as mesmas e morreriam.
O estudo revelou que a fibrose hepática pode ser tratável com imunotoxinas concebidas para se ligarem a uma proteína chamada mesotelina. A mesotelina é raramente encontrada num corpo saudável, uma vez que apenas as células cancerígenas e as células hepáticas produtoras de colagénio produzem a proteína.
Os autores do estudo transplantaram células hepáticas isoladas de doentes para ratos e trataram-nas com a imunotoxina antimesotelina. Os dados apurados mostraram que 60 a 100 por cento das células humanas produtoras de mesotelina foram mortas pelas imunotoxinas, o que também reduziu a deposição de colagénio.
O objetivo agora é testar este método noutros órgãos, uma vez que foi comprovado que o método pode ser utilizado de forma segura em pessoas com fibrose hepática.