Pandemia: variante Delta com “subida galopante” em Portugal
A variante Alpha, associada ao Reino Unido, continuar a ser a mais prevalente no país, contudo, a variante Delta do SARS-CoV-2 registou, no último mês, uma subida galopante, sendo o Alentejo a região onde foram identificados o maior número de casos.
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No âmbito da vigilância genómica que o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) está a coordenar, entre 2 e 15 de junho, “foram obtidas 1087 sequências da amostragem nacional de junho de 2021”.
De acordo com o INSA, esta amostragem envolveu laboratórios distribuídos pelos 18 distritos de Portugal continental e pelas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, abrangendo um total de 131 concelhos.
Segundo esta análise, a variante Alpha (B.1.1.7), associada inicialmente ao Reino Unido, “foi detetada por sequenciação com uma frequência relativa de 40,2 por cento na amostragem nacional de junho, evidenciando um forte decréscimo de frequência a nível nacional”. No entanto, esta variante continua a ser a mais prevalente na região Norte (62,7 por cento) e nas Regiões Autónomas dos Açores (96,8 por cento) e Madeira (69,8 por cento).
Em contraste, a variante Delta (B.1.617.2), associada inicialmente à Índia, apresentou uma subida galopante na frequência relativa a nível nacional, a qual aumentou de quatro por cento (maio) para 55,6 por cento (junho).
No entanto, a “sua distribuição é ainda muito heterogénea entre regiões, variando entre 3,2 por cento (Açores) e 94,5 por cento (Alentejo)”. Contudo, tendo em conta a tendência observada entre maio e junho, “é expectável que esta variante se torne dominante em todo território nacional durante as próximas semanas”.
Do total de sequências da variante Delta analisadas até à data, 46 apresentam a mutação adicional K417N na proteína Spike. No entanto, cerca de 50 por cento destes casos restringem-se a apenas duas cadeias de transmissão de âmbito local, sugerindo que a sua circulação comunitária é ainda limitada, sendo a frequência relativa deste perfil (Delta+K417N) na amostragem nacional de junho de 2,3 por cento.
O relatório do INSA dá ainda conta de que a frequência relativa das variantes Beta (B.1.351) e Gamma (P.1) mantém-se baixa, sem tendência crescente nas últimas amostragens. Em particular, destaca-se que a variante Beta foi detetada a uma frequência de 0,1 por cento e em apenas duas regiões (Lisboa e Vale do Tejo e Região Autónoma da Madeira).