APDP e OMS alertam para número de mortes prematuras por diabetes
A Organização Mundial de Saúde (OMS) acaba de lançar o novo Pacto Global de Combate à Diabetes, um documento que tem como objetivo chamar a atenção dos Governos para a urgente implementação de medidas de combate à epidemia da diabetes, doença que atinge 420 milhões de pessoas em todo o mundo.
DOENÇAS E TRATAMENTOS
A DIABETES, FANTASMA DA SOCIEDADE OCIDENTAL
A diabetes é uma das causas mais importantes de morbilidade e mortalidade em todo o mundo, ameaçando, no mínimo, 16 milhões de norte-americanos, 10 milhões de europeus e 500 mil portugueses. LER MAIS
A Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) junta-se à OMS na preocupação relativa à alarmante subida do número de mortes prematuras provocadas pela diabetes que, de 2000 a 2016, registou um aumento de 5%.
No documento divulgado no dia 14 de abril numa reunião coorganizada pela OMS e pelo Governo do Canadá, com o apoio da Universidade de Toronto, durante a qual foram assinalados os 100 anos da [url-nolink=/pt/medicamentos/DCI/insulina-humana/informacao-geral]insulina[/url], a OMS destaca 3 temas centrais:
1 - Insulina: uma solução com 100 anos que salva vidas
Melhorar o acesso a medicamentos e tecnologias. Apesar das evidências e dos benefícios, ainda há um longo caminho a percorrer, principalmente nos países em desenvolvimento.
2 - Fortalecer os sistemas de saúde
O investimento na capacitação dos profissionais de saúde para a prevenção e controlo da diabetes e uma melhor integração dos cuidados ao nível dos cuidados primários de saúde, são pilares fundamentais no combate à diabetes.
3 - Aprender com quem tem experiência de vida
A implementação de medidas deve ser feita numa perspetiva colaborativa, incluindo as pessoas que vivem com diabetes.
José Manuel Boavida, presidente da APDP, explica que “perante o cenário alarmante que vivemos hoje a nível mundial por causa da diabetes, a APDP subscreve totalmente a visão da OMS para os próximos anos e que passa pela aposta na redução do risco de desenvolver diabetes e por assegurar que todas as pessoas diagnosticadas com diabetes têm acesso a tratamentos e cuidados de qualidade de forma equitativa, universal e acessível.
Em Portugal ainda há muito que fazer no que toca à diminuição do risco, ao diagnóstico precoce e aos cuidados ideais junto de toda a população, um caminho para o qual a APDP quer continuar a contribuir”.
A ideia é sublinhada por João Filipe Raposo, diretor clínico da APDP que realça que “tal como acontece com a OMS, os objetivos da APDP passam por proteger as populações, detetar e diagnosticar a diabetes, tratar adequadamente a doença e suas complicações e contribuir para a recuperação de todas as pessoas com diabetes que foram infetadas pelo novo coronavírus. Como diz o diretor geral da OMS, temos de fazer mais e podemos fazer mais”.
Recorde-se que Portugal era, em 2019, um dos dois países da União Europeia com maior taxa de prevalência de diabetes entre adultos, segundo um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) publicado no ano passado.
Em 2019, Portugal tinha 9,8% dos adultos (entre os 20 e os 79 anos) com diabetes. Estima-se, porém, que esse número seja superior, devido ao número de casos não diagnosticados.