Laser e ultrassom conjugados eficazes contra dores da fibromialgia
Investigadores do Instituto de Física da Universidade de São Paulo, em São Carlos, no Brasil, desenvolveram uma nova tecnologia promissora para o tratamento da fibromialgia, uma doença que provoca dor crónica ramificada pelo corpo e sem nenhuma opção de tratamento definitivo até ao momento.
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O novo tratamento recorre ao uso do laser e do ultrassom conjugados, que normalmente são usados como terapias independentes.
Mas a maior inovação consiste na aplicação simultânea dos tratamentos ótico e acústico não nos pontos de dor, mas nas palmas das mãos. Num primeiro teste, a equipa confirmou o desaparecimento das dores que acometiam 15 regiões do corpo de uma voluntária com fibromialgia.
Atualmente, como alternativa aos medicamentos, o tratamento da doença é feito com ultrassom e laser aplicados diretamente nos pontos em que o paciente sente dor (locais chamados de pontos gatilho ou tender points).
A ideia de se aplicar laser e ultrassom conjugados apenas nas palmas das mãos foi baseada numa descoberta recente que mostrou que os pacientes com fibromialgia têm um número maior de células sensoriais nessa região do que pessoas que não têm a condição.
Após dez sessões de aplicação de laser e ultrassom (três minutos em cada palma), realizadas duas vezes por semana, as dores da voluntária que participou desse estudo de caso cessaram em todos os pontos e a qualidade de vida teve uma melhoria significativa.
Numa escala de zero a dez (sendo que dez representava o grau máximo de dor), no início do tratamento, a paciente classificou as suas dores com o nível 9 e, no final, a sensação de dor caiu para zero.
A aplicação de ultrassom e laser conjugados culmina na ampliação do potencial anti-inflamatório de ambos os recursos, retomando a homeostase corporal (equilíbrio no organismo) e controlando a dor, explicou o cientista António Aquino.
Até recentemente a aplicação combinada dos dois tratamentos era impossível por uma questão operacional, pois nenhum equipamento proporcionava a associação dessas aplicações. Para superar esse obstáculo, a equipa teve que desenvolver um novo equipamento, viabilizando, desta forma, a obtenção do melhor resultado do laser e do ultrassom, simultaneamente.
Os cientistas querem agora avaliar qual é a melhor metodologia de aplicação da terapia para fornecer a melhor ação no tratamento, o que exigirá a participação de um maior número de voluntários.