VULNERABILIDADES À CANDIDA ALBICANS

VULNERABILIDADES À CANDIDA ALBICANS

DOENÇAS E TRATAMENTOS

  Tupam Editores

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A candidíase é uma infeção causada por qualquer um dos mais de vinte fungos do género Candida conhecidos, um tipo de levedura tipicamente residente na pele e na boca, no aparelho digestivo e na vagina, que geralmente não provoca danos, sendo a espécie mais dominante a Candida Albicans, que pode causar inflamação em praticamente qualquer parte do organismo.

As infeções por candidíase podem ser superficiais, afetando a pele e as mucosas, como tornarem-se invasivas, sendo estas as mais comuns em doentes debilitados por outras doenças ou submetidos a tratamentos médicos e cirúrgicos, razão pela qual a doença é geralmente incluída na lista das infeções oportunistas.

A candidíase genital é uma das formas mais frequentes da doença, afetando a vagina e o pénis e a partir daí propagar-se para os restantes órgãos genitais, não sendo, no entanto habitual a sua transmissão por via sexual. Além destes órgãos, estima-se que o fungo esteja presente na orofaringe de 30% a 40% dos adultos jovens saudáveis e pode ser detetado nas fezes, em 40% a 65% da flora normal.

Nas últimas décadas, a incidência da candidíase tem vindo a tornar-se cada vez mais frequente, particularmente entre as mulheres grávidas, menstruadas e diabéticas, devido sobretudo ao uso cada vez maior de antibióticos, contracetivos orais e outros medicamentos que podem modificar as condições fisiopatológicas da vagina e outros órgãos, favorecendo o desenvolvimento do fungo. Embora com menos frequência, também alguns fármacos corticosteroides e quimioterápicos bem como a presença de doenças que deprimem o sistema imunitário, podem facilitar a infeção.

Normalmente, os sintomas da doença dependem do órgão ou zona afetada. No caso da candidíase genital feminina, ocorre prurido ou irritação na vagina e na vulva e, ocasionalmente, uma secreção vaginal ligeira, espessa e inodora, enquanto a vulva pode ficar avermelhada devido à infeção e as paredes vaginais ficam cobertas por uma substância semelhante a leite coalhado, embora mantenham um aspeto normal, e as relações sexuais podem tornar-se dolorosas.

Já nos homens, a candidíase é geralmente assintomática, mas a glande e o prepúcio podem mostrar sinais irritativos e dor, sobretudo após o coito, podendo também surgir uma ligeira secreção proveniente do pénis, que na sua extremidade e no prepúcio podem apresentar uma cor avermelhada, com pequenas ulcerações ou vesículas com crosta e cobertos e igualmente cobertos por uma substância esbranquiçada.

As formas cutâneas da candidíase, manifestam-se principalmente pela presença de uma erupção que provoca prurido intenso, com formação de vesículas, que uma vez infetadas ficam cheias de pus.

Além das já mencionadas, podem existir várias outras formas de infeção por Candida Albicans, designadamente gastrintestinal, respiratória, urinária e hepática, além das formas invasivas, em que diversos órgãos podem ser infetados em simultâneo, neles se incluindo o próprio coração, o cérebro, globo ocular, a estrutura óssea e as articulações em geral, sendo que cada um destes tipos irá apresentar um quadro clínico distinto com um diagnóstico e tratamento diferenciados.

Nos casos de candidíase genital, é possível efetuar um diagnóstico de imediato, por meio de colheita e exame de amostras das secreções da vagina ou do pénis através de um microscópio, procedimento essencialmente clínico que pode ser confirmado laboratorialmente por exame a fresco ou em meio de cultura específica para fungos, sendo particularmente importante documentar a frequência dos episódios, estabelecer o diagnóstico e confirmá-lo por meio de cultura.

O tratamento irá depender da localização da candidíase e do estado geral do doente, podendo eventualmente serem necessários outros meios complementares de diagnóstico, para permitir uma melhor caraterização da gravidade da infeção, mas normalmente é baseado na utilização de medicamentos antifúngicos.

Considerando que este fungo pode apresentar resistência a alguns dos medicamentos incluídos nessa classe, é importante fazer uma avaliação prévia aos padrões de resistência, por forma a permitir uma seleção mais adequada e precisa dos fármacos a utilizar, seja sob a forma de cremes ou pomadas, por via oral ou injetável, em função do quadro clínico estabelecido.

A candidíase tende a ocorrer nas áreas húmidas da pele, podendo causar erupções cutâneas, escamação, prurido e inchaço. Nestes casos, a prevenção passa por manter a pele limpa e seca, pelo uso racional dos antibióticos, por uma nutrição adequada e pela manutenção de um estilo de vida saudável. Além disso, nos casos de pessoas portadoras de doenças que aumentam a probabilidade de risco de candidíase, como a diabetes ou infeção por VIH, o acompanhamento sistemático da evolução da doença é essencial.

Autor:
Tupam Editores

Última revisão:
28 de Novembro de 2024

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